A 3ª Vara Criminal de Rio Grande, no sul do Estado, realiza na tarde desta sexta-feira (23) uma audiência de instrução do réu Lenon Rodrigues Santos, acusado do latrocínio (roubo com morte) de Ubirajara Figueiredo, 56 anos. Figueiredo foi morto na madrugada de 23 de junho, quando se dirigia ao ônibus que o levaria ao trabalho.
A vítima caminhou uma quadra ao sair de casa e foi atingida na cabeça com um pedaço de pau, na Rua Domingos de Almeida, o que levou a sua morte no local. O suposto autor do golpe roubou seu celular e R$ 5. Ribeiro foi identificado pelas câmeras de segurança do local. Nas imagens, policiais civis identificaram que o autor do crime descartou os documentos de Ubirajara em uma rua próxima ao local do ataque.
Apesar de negar a autoria do crime, Rodrigues estava utilizando, ao ser abordado pela polícia, a mesma roupa que aparecia nas gravações. O depoimento da avó e da irmã do réu foram definitivos para a prisão preventiva, já que elas relataram que ele não dormiu em casa naquela noite e que teria passado toda a madrugada andando pela rua em razão do vício em crack.
Na audiência de instrução são ouvidas sete testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa.
— É um caso complexo, nos baseamos na denúncia em cima do trabalho feito pela polícia no monitoramento das imagens das câmeras de segurança da região — afirma o promotor de Justiça Adriano Zibetti.
A defesa do acusado mantém a versão que ele apresentou quando foi preso preventivamente, admitindo furto, mas negando participação na morte. Segundo o depoimento, Lennon teria encontrado Ubirajara já caído no chão e apenas levou seus pertences.
Com as oitivas encerrando nesta sexta-feira, será dado prazo de cinco dias para a manifestação do Ministério Público e depois cinco para a defesa, ambas através de memoriais escritos. Por último, o juiz irá proferir a sentença. Zibetti acredita que até o fim do ano o caso terá uma decisão.
A companheira de Ubirajara, Solenir Ereias Alves, diz que estará no Foro para pedir justiça.
— Queremos justiça, só assim ficaremos mais aliviados. Nada disso irá trazê-lo de volta, mas a minha vida mudou totalmente depois disso. Quero gritar o mais alto que eu puder pedindo por justiça, porque a vida foi embora, mas as mágoas ficaram todas comigo — afirmou.