O Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) negou pedido da defesa e manteve a prisão preventiva do advogado Anderson Figueira da Roza, réu por envolvimento com facção que planejava assassinar juiz em Porto Alegre. Roza está preso desde o dia 15 de outubro, quando teve a prisão decretada pela Justiça.
O advogado, conforme denúncia do Ministério Público, é apontado como líder da célula jurídica de uma facção criminosa. O outro advogado, Anderson da Cruz, que também é réu, foi solto na sexta-feira (19). Segundo o MP, embora os fatos sejam graves, ele não teria atuado diretamente com o grupo.
O terceiro advogado que é réu, Anderson Rembowski, está com prisão decretada e é procurado pela polícia.
GaúchaZH não conseguiu contato com a defesa do advogado.
Alvo do grupo
Um dos alvos da facção seria o juiz Felipe Keunecke de Oliveira, que conduz mais de 60 processos de homicídios envolvendo integrantes da organização criminosa. Em entrevista à GauchaZH, o magistrado conta como tem vivido desde que começou a receber ameaças de morte:
— É um regime semiaberto: vou trabalhar de dia e me recolho à noite.
Roza teria repassado à facção criminosa informações pessoais e da rotina do juiz. Em uma conversa com Minhoca via Whatsapp, o líder do grupo pergunta se o advogado costuma ver o magistrado, a quem chamam de Gremista, em um clube da Capital. Ele diz que sim, que viu Oliveira com o filho no local. Por fim, é o próprio Roza quem sugere: "Jogo do Grêmio. Ele vai".
Roza e Cruz, assim como Rembowski, estão afastados das funções e com os registros junto à OAB suspensos. Como são formados em Direito, por lei, os réus devem ficar em uma cela do Estado Maior - na Capital, encontra-se no 1º Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar.