Uma das pessoas presas sob suspeita de envolvimento na chacina que vitimou cinco pessoas em Florianópolis, no dia 5 de julho, disse à polícia que aprendeu a técnica usada para matar as vítimas assistindo a filmes na televisão. Panos embebidos em gasolina foram usados para sufocar e matar as cinco pessoas, o que surpreendeu a polícia local pelo ineditismo da prática. Dois suspeitos foram presos na semana passada e um terceiro está sendo procurado.
Num apart-hotel no bairro de Canasvieiras foram encontrados mortos Paulo Gaspar Lemos, 78 anos, e os três filhos dele, Paulo Junior, 51 anos, Katya Gaspar Lemos, 50 anos, e Leandro Gaspar Lemos, 44 anos, além de Ricardo Lora, 39 anos. A polícia apurou que o alvo principal era Leandro e que as demais vítimas foram mortas por estarem no local no momento do ataque - que teria se estendido por quase seis horas, período no qual as vítimas foram torturadas.
Na parede do local, foram pichados o número 171, artigo do Código Penal para estelionato, e a frase "Minha família foi justiçada. Enrolaram muita gente. Chegou a hora deles". Eles também haviam pichado a sigla da facção Primeiro Comando da Capital, mas a evidência logo foi considerado uma pista falsa, para desviar a atenção.
Segundo o delegado Ênio de Oliveira Matos, os assassinos sabiam que a "família tinha histórico de calote" e também eram credores lesados que resolveram se vingar. Não roubaram nada do apart-hotel onde as vítimas foram executadas.
O suspeito que confessou tem 21 anos, foi preso no bairro Potecas, em São José, e disse ter contado com auxílio de dois comparsas. Um deles está foragido. O outro foi preso na sexta-feira (10), em Santana do Livramento, fronteira gaúcha com o Uruguai. Os suspeitos são moradores do norte da Ilha de Santa Catarina. O que também contraria outras versões de que o mandante da morte seria paulista. A família Lemos deixou São Paulo, em 2010, com quase R$ 300 milhões em dívidas e muitos processos.