Em coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira (14), a Polícia Civil de Santa Cruz do Sul confirmou que Francine Rocha Ribeiro, 24 anos, morreu após ser asfixiada e espancada. O médico legista constatou que a jovem sofreu hemorragia interna. A equipe da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) informou ainda que alguns objetos da vítima desapareceram do local e que mais de uma pessoa pode ter participado do crime. Francine foi encontrada morta na manhã de segunda-feira (13), um dia após o desaparecimento.
Embora o laudo da necropsia ainda não tenha sido entregue, a delegada Lisandra de Castro de Carvalho, titular da Deam, conversou com o médico legista, que adiantou a causa da morte. O profissional confirmou também que Francine teria sido morta em horário compatível com o do desaparecimento, entre 15h e 17h de domingo.
— O médico ressaltou que havia várias lesões abdominais graves, que indicam espancamento, que é aquilo que se caracteriza como meio cruel. Isso contribuiu para a morte junto à asfixia mecânica — afirmou.
A delegada explicou ainda que a suspeita é que a jovem tenha sido estrangulada com o uso de algum objeto. A entrega do laudo completo nos próximos dias deverá indicar se havia presença de material genético de outra pessoa no corpo da vítima, o que confirmaria a violência sexual, uma das suspeitas investigadas.
O corpo de Francine foi encontrado a cerca de 400 metros da pista usada pelos frequentadores do local para prática de exercícios. A perícia no local do crime apontou que a jovem teria sido morta onde foi encontrada.
_ Trabalhamos com a possibilidade de mais de um autor, até pela localização do corpo, por ter sido uma área bem distante do lago. Talvez mais de uma pessoa tenha forçado a vítima a ir até o local, com emprego de arma branca, como um canivete, ou mesmo arma de fogo. Se fosse arrastada, teria vestígios nas roupas e no corpo _ relatou a policial.
Objetos da vítima foram levados
A delegada informou mais uma vez que uma das suspeitas é que a motivação do crime tenha sido violência sexual. Lisandra relatou que outros objetos da vítima, além do celular, também desapareceram do local, como um par de óculos escuros e um casaco. Isso leva a polícia a acreditar que esses objetos possam ter sido subtraídos por quem praticou o crime.
_ Contamos com a colaboração da comunidade em eventuais denúncias, até mesmo de pessoas ligadas ao autor ou autores. Caso tenham percebido que essas pessoas estão de posse de objetos como esses, que nos informem. Fazemos apelo diante desse crime grave _ disse Lisandra.
Lisandra informou que ainda não existem suspeitos do crime. A delegada pediu que pessoas que estiveram no parque no mesmo dia e horário aproximado de Francine entrem em contato com a polícia, caso tenham visto algo suspeito. Informações podem ser repassadas pelo 51-9-8600-1946 (também por WhatsApp) ou pelo 51-37134340. A coletiva de imprensa foi transmitida pelo Portal Gaz, de Santa Cruz do Sul.
Vítima residia em cidade vizinha
Francine, que chegou a trabalhar como fotógrafa, atualmente estava empregada em uma loja de roupas e artigos para crianças em Vera Cruz, cidade vizinha a Santa Cruz do Sul. A jovem costumava passar os fins de semana em Linha Ferraz, no interior, onde morava com o noivo. Mas, durante a semana, permanecia na casa da mãe, Eronilda Machado, na área urbana da cidade, porque era mais fácil para ir ao trabalho.
O companheiro de Francine relatou que levou a jovem até o lago no domingo (12) e que a deixou no estacionamento. Os dois mantinham um relacionamento havia cerca de seis anos.
O enterro de Francine é realizado na tarde desta desta terça-feira (14), no cemitério católico de Vera Cruz.