O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Emerson Wendt, reforçou na manhã desta sexta-feira (3) que a instituição solicitou a transferência a presídios federais de cinco homens considerados líderes de facções criminosas de Caxias do Sul, que sofre com onda de violência neste ano. Na noite de quinta-feira (2), seis pessoas foram assassinadas em menos de uma hora em três bairros diferentes da cidade. Para o delegado, a saída deles do sistema prisional do Estado é fundamental para enfraquecer o tráfico de drogas na Serra.
— Hoje, o pedido está nas mãos de um juiz federal do Rio Grande do Norte, que pode aceitar ou não a recepção desses presos. Nós acreditamos que eles tenham influência direta na criminalidade em Caxias do Sul e região — afirmou.
Wendt preferiu não detalhar quem são os criminosos e em quais cadeias se encontram. O delegado acrescenta que já houve resposta positiva do judiciário estadual sobre o pedido.
Em esfera federal, o pedido corre na mesma vara que determinou, nesta semana, o retorno ao Rio Grande do Sul de três homens apontados pela polícia como líderes de facções gaúchas que estavam em prisões de segurança máxima de Mossoró. O juiz federal Walter Nunes da Silva Junior argumentou na decisão que o trio não deve continuar na instituição por já ter perdido suas funções de liderança. Na ocasião, o chefe de polícia rebateu dizendo que o magistrado "não conhece a realidade do RS".
Reforço de agentes na Serra
O chefe de polícia também informou que autorizou aumento de horas extras para a investigação da sequência de seis assassinatos da noite de quinta-feira (2) na cidade. Além disso, as outras delegacias da Serra redirecionarão efetivo para a Delegacia de Homicídios, que investiga os crimes.
Para Wendt, recentes ações da polícia na Serra geraram um grande prejuízo aos criminosos. Ele citou a apreensão de 30 quilos de cocaína e de carros, que teriam gerado prejuízo de R$ 2,5 milhões às quadrilhas. A polícia identificou também que há conflito entre duas facções em Caxias. Os grupos são originários da vila Bom Jesus, na zona leste de Porto Alegre, e do Vale do Sinos.
As declarações do delegado foram dadas, nesta manhã, na coletiva de imprensa em que a polícia revelou o desfecho da chacina ocorrida em 19 de julho na zona norte de Porto Alegre, na qual sete pessoas foram mortas.