Uma segunda fase da operação contra quadrilha que rouba canteiros de obras de grandes construtoras em Porto Alegre e Região Metropolitana é realizada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (25). Em outubro de 2017, após seguidos roubos, dez pessoas foram presas. Desta vez, a Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas tenta prender outros sete suspeitos, que seriam remanescentes do grupo. Até as 7h, dois já haviam sido presos.
São cumpridos, ao todo, 24 mandados judiciais — 17 de busca e apreensão e sete de prisão preventiva. Além de Porto Alegre, policiais civis procuram os suspeitos também em Canoas e Viamão, na Região Metropolitana.
A Polícia Civil afirma que a quadrilha é suspeita de realizar pelo menos 17 roubos a canteiros de obras, entre 2015 e 2017. Em todos, os criminosos entraram armados no local, preferencialmente no final de tarde, e fizeram os funcionários reféns. Sob constantes ameaças exercidas com armas, e até em um dos casos dando choque nos funcionários, levavam cabos de cobre, além de ferramentas. Em mais de um caso, de acordo com a polícia, os criminosos obrigaram as vítimas a ajudar no carregamento dos materiais.
A violência da quadrilha chegou ao extremo de, em um dos crimes, manter 30 funcionários como reféns, sob a mira de armas. Estimativa da polícia é de que os roubos tenham causado mais de R$ 2 milhões de prejuízo às construtoras.
A investigação que resultou na segunda fase da operação Mãos à Obra é a de um roubo ocorrido na Rua General Lima e Silva com a João Pessoa, no bairro Cidade Baixa. No dia 8 de agosto de 2017, em uma sexta-feira, às 17h, os bandidos contrataram um homem para fazer frete na obra. Quando a vítima chegou, foi rendida e o caminhão roubado. Os assaltantes entraram com o caminhão e renderam todos os funcionários, que se preparavam para sair.
— Em torno de 12 a 15 bandidos adentraram a obra, renderam os funcionários com muita violência, ameaça. Um deles escreveu com a ponta de um revólver na parede o nome de uma facção originária do tráfico de drogas. Obrigaram as pessoas a carregar os fios de cobre e deixaram o local no caminhão roubado — detalha o delegado Alexandre Fleck, responsável pela operação.
Segundo o delegado, a polícia descobriu que a quadrilha era composta por dois núcleos: um deles reciclava os fios roubados enquanto o outro era responsável pela execução dos roubos. O da reciclagem tinha como base a Rua Voluntários da Pátria. Já os assaltantes seriam da Vila Augusta, em Viamão.