A Polícia Civil de Caxias do Sul identificou e indiciou uma mulher de 40 anos que tentou raptar uma criança na maternidade do Hospital Geral (HG), no município da Serra, no início de julho. Conforme a investigação, a suspeita não conseguia engravidar e inventou mentiras para o marido. Naquele dia, planejava levar um bebê para criar como filho.
Conforme apurado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), não houve falha na segurança do hospital. A mulher teria acessado o centro obstétrico como uma paciente com consulta marcada. Câmeras de segurança da casa de saúde flagraram a indiciada caminhando pelos corredores.
— Tudo indica que a mulher tem desejo de engravidar e não consegue. Estava consultando médicos. Assim, inventou alguma história de que havia tido o bebê, mas que o marido não podia olhar a criança. O homem, inclusive, estava irritado com o hospital. Naquele dia, ela havia contado que o suposto filho recém-nascido receberia alta — revela o delegado Caio Márcio Fernandes.
A mesma versão contada ao marido foi dada pela mulher em seu primeiro depoimento à Polícia Civil. Quando confrontada pelos investigadores, teria inventado outra história. Para o delegado Fernandes, ficou claro que a mulher foi até o HG naquele dia com a intenção de tentar pegar um recém-nascido.
— Não cabe à Polícia Civil avaliar se há uma questão psicológica. Acredito, no entanto, que (a possibilidade) não influencia. Esta vontade dela em ter um filho não justifica a conduta dela (tentativa de rapto).
A Polícia Civil concluiu o inquérito nessa terça-feira (24). O delegado não divulgou a identidade da mulher para evitar reação de revolta, como um possível linchamento diante do caso.
— Como não tinha antecedentes, colaborou com a investigação e, em princípio, (a tentativa de subtração da criança) foi um fato isolado, por hora ela poderá responder em liberdade — explica Fernandes.
Relembre o caso
De acordo com a denúncia feita por uma mãe que estava na maternidade, duas mulheres teriam ido até o seu quarto dizendo ser enfermeiras e pedindo a criança para a realização de exames. Ela desconfiou, porque as supostas funcionárias do hospital não estavam uniformizadas e o bebê já havia feito os procedimentos. Diante da resistência, a dupla teria fugido.
A investigação da Polícia Civil não identificou uma segunda mulher.
— As imagens dão conta que ela estava sozinha andando pelos corredores. A própria suspeita narra que estava sozinha. O marido também dá esta versão. Qualquer contato com outra mulher (que possa ter ocorrido) foi ocasional — afirma o delegado Fernandes.