Dias depois de ter o pedido de renovação da transferência de líderes de facções do Rio Grande do Sul para penitenciárias federais de segurança máxima por mais um ano negado pela Justiça, o Ministério Público (MP) afirmou que irá recorrer da decisão por acreditar que a medida ajudará a seguir enfraquecendo os grupos criminosos.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o subprocurador-geral Institucional do MP, Marcelo Dornelles, afirmou que o órgão tentará reverter a decisão até o dia 23 de julho (quando completa um ano da transferência dos presos) e, em paralelo, entrará com uma medida cautelar postulando a suspensão da decisão para que os presos não retornem ao Estado até que os recursos sejam julgados.
— É uma estratégia jurídica de enfrentamento. Precisamos de mais um ano com eles fora para tentar decifrar mais questões relacionadas às quadrilhas e aos recursos que eles utilizam. A questão de vagas em presídios e a burocracia para fazer qualquer coisa é tão complexa que em um ano não dá — afirmou.
Ouça a entrevista na íntegra:
Questionado sobre as mudanças que estão sendo realizadas na estrutura de segurança do Rio Grande do Sul enquanto os líderes das facções estão fora do Estado, Dornelles afirmou que "muita coisa tem sido feita":
—O Schirmer (secretário da segurança pública) tem sido uma liderança fundamental neste processo. E mesmo que não haja uma estrutura completa em dois anos, este é um tempo bem maior para que estes criminosos percam a força que tinham. Isso acaba sendo significativo — finalizou.