A disputa pelo tráfico de drogas deixou mais três vítimas em Caxias do Sul, de acordo com a Polícia Civil. No início da tarde desta terça-feira, uma mulher e dois homens foram executados durante o ataque a um ponto de consumo de drogas no bairro Primeiro de Maio. As três vítimas eram usuárias de drogas e possuíam antecedentes criminais, segundo os policiais.
O local é uma casa térrea em precário estado de conservação, sem portas e com diversos colchões úmidos espalhados. O acesso a este local é feito por uma viela, ao lado de um salão de beleza e uma residência da Rua Manuel de Almeida. A vizinhança confirmou que a casa abandonada era utilizada como ponto de consumo de drogas.
— Chegaram lá e deflagraram tiros contra quem encontraram. Pelo modo de operação, é um crime decorrente da disputa de território para venda de drogas. Se há envolvimento de facções, é cedo para determinar — aponta o delegado Rodrigo Duarte, da Delegacia de Homicídios.
Ainda no local do crime, familiares reconheceram Elisângela de Oliveira Macedo, 31 anos, conhecida como Gica, e Max Jean da Silva, 37, o Diabinho, como vítimas do ataque. O terceiro morto, conforme a Polícia Civil, seria Juliano Valério, 37, o Azulão.
— É a vida que eles escolheram: cadeia ou morte. Ele morava na rua. Não sabíamos mais nada da vida dele. Ficava nesses cafofos (esconderijos) — lamenta Tânia Silva, tia de Max Jean. Ela relata que o sobrinho começou a usar drogas ainda novo, por volta dos 13 anos, e foi perdendo os laços com a família enquanto acumulava passagens pela polícia.
O delegado Duarte estima que mais de 15 tiros de calibre 9mm foram efetuados no ataque. Moradores afirmaram que quatro homens encapuzados participaram do tiroteio. Há relatos sobre a participação de dois carros, um preto e outro cinza. Estas informações serão confirmadas durante a investigação da Delegacia de Homicídios.
O triplo homicídio anterior registrado em Caxias do Sul ocorreu no dia 20 de janeiro. A diferença é que a terceira vítima foi socorrida com vida e morreu no Hospital Pompéia 19 dias após o ataque.
A execução de Elisa de Jesus, 46, seu companheiro Mario Roberto de Souza, 56, e Jackson Athaydes Rodrigues, 15, amigo de um filho da mulher, segue em investigação pela Polícia Civil. Neste caso, porém, a principal linha de investigação é que o crime tenha sido motivado por vingança.