Uma operação da Polícia Federal (PF) foi deflagrada na manhã desta terça-feira (19) para apurar crime de estelionato que teria sido cometido por 17 professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo a investigação, iniciada em 2015, os docentes recebiam adicional por terem assinado regime de dedicação exclusiva com a universidade, mas também exerciam atividades paralelas em locais privados.
A PF não divulgou os nomes dos professores, porque a investigação prossegue, e também não revelou as áreas de atuação dos investigados. Apenas se sabe que eles atuaram irregularmente, de forma paralela, em clínicas e consultórios privados na área médica.
A prática é vedada pela legislação, configurando estelionato. A apuração começou há três anos, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), e nesta terça foi desencadeada a operação em busca de documentos que comprovem as irregularidades.
Cerca de 60 agentes cumpriram 15 mandados de busca e de apreensão – 14 em Porto Alegre e um em Novo Hamburgo. Todo o material apreendido será analisado e anexado ao inquérito da Operação Herófilo – nome que faz referência ao primeiro anatomista da história, fundador da Escola de Medicina de Alexandria.
Apesar da investigação ter começado há três anos, a análise dos valores recebidos irregularmente pelos docentes é a partir de 2010. Somente em um dos casos, entre 2010 e 2016, um professor recebeu cerca de R$ 1 milhão da UFRGS – metade deste valor foi em função do adicional por dedicação exclusiva.
Procurada por GaúchaZH, a UFRGS informou que ainda não tem um posicionamento sobre a investigação e que vai buscar informações com a PF antes de se manifestar.