A ação de ladrões está deixando sem aulas alunos de duas instituições localizadas em um mesmo prédio, na Rua Felipe de Oliveira, no bairro Santa Cecília, em Porto Alegre. A Escola Estadual Felipe de Oliveira e o Instituto de Educação General Flores da Cunha sofreram dois furtos nesta semana. Até mesmo as fiações interna e externa e o encanamento foram levados, deixando o prédio às escuras e alagado.
O problema prolonga o período sem atividades nas escolas. Há 15 dias, as aulas foram suspensas devido a um desabastecimento provocado pela greve dos caminhoneiros. No início desta semana, quando a rotina seria retomada, foi constatado o primeiro furto, ocorrido possivelmente durante o final de semana.
— Quando íamos entrar com as crianças, recebemos a informação do primeiro furto de fios da rua e da escola. Foi uma confusão, pois não havia condições de haver aula naquele momento. Eram vans escolares retornando, crianças chorando e pais tendo que se reorganizar – relata a assistente social Simone Dias, 43 anos, que tem uma filha de cinco anos no General Flores da Cunha, que oferece educação infantil.
A administradora Luciana Gonçalves, 34 anos, que tem um filho estudando no período da tarde, relata que pais e professores, então, acertaram para a terça-feira (5) a retomada das aulas, em períodos reduzidos.
— Nossa surpresa foi quando na terça avisaram que havia ocorrido novo furto. Levaram caixas de som recém adquiridas pela escola, produtos de limpeza, uma televisão, além de deixarem tudo bagunçado — disse Luciana.
De acordo com Simone, a rotina de roubos e furtos aumentou muito desde que o ginásio da Brigada Militar, localizado na vizinhança, foi atingido por um temporal e desativado.
— Professores já tiveram o carro arrombado, pais foram assaltados e dessa vez levaram até o encanamento de água, alagando todo o pátio. Estamos abandonados pela segurança — reclama.
A auxiliar administrativo Cristina Nunez, 24 anos, esteve em reuniões na escola esta semana e relatou que os pais estão preocupados com a segurança no local.
— Vimos que eles usaram várias maneiras de identificar uma possível segurança na instituição e sabem que não tem. Assim como assaltaram sem alunos, o que nos garante que não irão voltar durante as aulas? — preocupa-se.
As três mães afirmaram que existe um movimento para que seja contratado um serviço particular de segurança, pois, durante as reuniões, lhes foi informado que uma vigilância disponibilizada pelo Estado seria possível somente em um dos turnos. A previsão para o recomeço das aulas é somente na próxima segunda-feira (11).
— Minha preocupação é como vão recuperar os dias perdidos e se realmente haverá segurança para alunos e professores — diz Cristina.