O delegado Juliano Ferreira, titular da 19ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, indiciou nesta quarta-feira (4) 12 pessoas que atuavam para uma quadrilha na zona leste da cidade, que tem como líder Leonardo Ramos de Souza, o Peixe, transferido no ano passado para presídio federal em Rondônia. Todos irão responder por associação ao tráfico por terem gravado imagens para intimidar rivais e moradores dos bairros Glória e Cascata. O inquérito foi remetido à Justiça. Os indiciados foram presos na semana retrasada durante a operação Revenge.
O vídeo foi gravado e divulgado logo após outra operação da 19ª Delegacia, em novembro de 2017, quando 36 traficantes foram presos e descobriu-se que Peixe tinha uma mansão com alçapão para fuga. O objetivo dos criminosos era mostrar para a comunidade que a ação policial não teve efeito e que o local não seria ocupado por facção rival.
Ferreira ainda informou que a quadrilha tinha algumas peculiaridades. Uma delas é o fato de que os seguranças dos pontos de venda de drogas atuavam uniformizados, com camisetas com o desenho de um peixe, em referência ao líder do grupo, e com a inscrição "Taba" ou "Tabajara", indicando que cuidavam de uma boca de fumo disputada por traficantes no Beco dos Tabajara, na Glória.
Além disso, o grupo intimidava moradores e os expulsava das próprias residências. Uma das vítimas, que registrou ocorrência na polícia, teve a casa incendiada no ano passado. Escutas telefônicas ainda revelaram que o traficante Peixe recebia parte de toda a movimentação financeira da quadrilha. O grupo montou até guaritas em pontos de tráfico na zona leste da cidade para monitorar rivais e a polícia. A Brigada Militar destruiu as estruturas na segunda metade de 2017.