A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte por engano do cinegrafista da TV Assembleia Nilson da Silva Ferreira, 41 anos, no final de março deste ano no bairro Menino Deus, em Porto Alegre. Além de prender mais um dos três executores, a delegada Elisa de Souza, da 6ª Delegacia de Homicídios, descobriu que um presidiário da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas, deu a ordem para os criminosos que executaram por engano a vítima. O alvo era o cunhado de Ferreira.
O crime ocorreu no dia 31 de março na Rua Barão do Cerro Largo. O cinegrafista estava em casa dormindo e o local foi invadido por dois dos três investigados. Apesar da família informar que o alvo deles não estava na residência, o imóvel foi vasculhado e a vítima foi executada com mais de 15 tiros enquanto dormia no quarto. Na fuga, os bandidos foram flagrados por câmeras de segurança do condomínio. Eles fugiram em um veículo dirigido pelo terceiro suspeito.
Durante a investigação, a delegada Elisa identificou Emerson Paz Rodrigues, 24 anos, preso no Vale do Sinos na semana passada, e Marcos Vinícius Aniceto Carvalho, 19 anos, ainda foragido. Ambos já possuíam antecedentes criminais. Nos últimos dias, a polícia identificou e prendeu o motorista do veículo usado na fuga. Cristiano Caetano da Silva, 40 anos, negou a participação no homicídio e informou que apenas colocou fogo no Ford Ka usado no crime. Ele estava na condição de foragido da Justiça por roubo ao comércio.
Mandante
Elisa identificou Gabriel Ferreira de Souza, 22 anos, detido na PEJ, como o mandante do crime. Ele está preso desde 2016 pela prática de dois homicídios ocorridos em 2015. O presidiário teria dado ordens para executar o cunhado do cinegrafista por motivos passionais. O alvo dos criminosos teria tido um relacionamento com a mãe de Gabriel, e a teria agredido fisicamente. Para se vingar dele, o apenado acionou os três executores para matar o desafeto.
Além disso, o cunhado do cinegrafista, que é foragido de Justiça e tem envolvimento com o tráfico de drogas, também é acusado de ter assassinado em 2012 o irmão de Marcos Vinícius Aniceto Carvalho (o único dos executores que ainda não foi preso).
A polícia pediu à Justiça a prisão preventiva dos quatro investigados e indiciou todos eles por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, principalmente pelo fato de que a ação representou perigo comum e tornou impossível a defesa da vítima. Informações sobre o paradeiro de Marcos Vinícius podem ser repassadas pelo telefone 0800 642 0121.