O empresário que matou dois homens a tiros enquanto eles recebiam atendimento médico em uma ambulância do Samu, em Pelotas, teve pedido de liberdade provisória expedido pela Justiça nesta quarta-feira (18). Rogério Grimm, 45 anos, estava sob custódia no hospital em que está internado — ele foi atingido por um tiro na coxa disparado por um policial para contê-lo. Os suspeitos teriam tentado roubar a distribuidora de bebidas de Grimm, no bairro Parque do Obelisco, em Pelotas, na tarde de terça-feira (17).
Conforme a decisão do juiz Régis Adriano Vanzin nesta tarde, Grimm não tinha necessidade da custódia provisória por não ter antecedentes criminais e ter trabalho e residência fixa. O juiz ainda considera que não é necessário, por ora, o cumprimento de medidas cautelares.
O caso
De acordo com a ocorrência policial, a BM foi chamada para atender a um assalto que ocorria em um depósito de bebidas no bairro Parque Obelisco. Em seguida, foi informada de que, no bairro Areal, dois suspeitos em uma motocicleta haviam caído e ficado feridos. Um deles estava caído na via, inconsciente, enquanto o outro foi encontrado escondido em um galpão com um revólver — com o tambor totalmente carregado.
Os PMs chegaram ao local, anunciaram a prisão de ambos e passaram o atendimento deles para o Serviço Móvel de Urgência (Samu). Mais tarde, conforme a ocorrência, o empresário vítima do assalto chegou ao local, passou por curiosos e abriu fogo em uma janela da ambulância. Elder Luz Machado, 23 anos, e outro suspeito ainda não identificado morreram no local.
Policiais militares que presenciaram a cena teriam pedido para ele largar a arma. No momento em que ele se virava para a guarnição, um dos PMs disparou contra a perna esquerda do empresário. Ele foi levado para o hospital.
De acordo com a BM, a arma usada pelo empresário é registrada no nome dele e ele é praticante de tiro. Policiais civis suspeitam que os assaltantes já haviam sido baleados dentro do comércio pelo empresário.
O advogado que defende Grimm afirma que ele agiu sob forte emoção após ter tido a família ameaçada de morte pela dupla. Conforme Roger Cavichioli, os criminosos pegaram todo o dinheiro do comércio e teriam ficado irritados com a suposta baixa quantia entregue pelo comerciante.