O advogado que defende o empresário Rogério Grimm, 45 anos, preso por ter matado dois suspeitos de assalto enquanto recebiam atendimento em uma ambulância na terça-feira (17), em Pelotas, no sul do Estado, afirma que ele agiu sob forte emoção após ter tido a família ameaçada de morte pela dupla. Conforme Roger Cavichioli, os criminosos pegaram todo o dinheiro do comércio e teriam ficado irritados com a suposta baixa quantia entregue pelo comerciante.
— Bandidos começaram a torturar ele, falaram que matariam ele, a mulher, a filha. Um deles deu o nome da filha, disse onde morava, falou que era de facção. O meu cliente se apavorou, viu que ia morrer e reagiu — defende o advogado.
Ainda conforme o advogado, o empresário já havia sido assaltado outras vezes e está assustado com a violência na cidade. A defesa deve pedir liberdade provisória ao Judiciário ainda nesta quarta-feira (18).
— A população não aguenta mais, é assalto todo dia. A população quer ver os bandidos mortos. Essa história se espalha e motiva pessoas como ele, que não têm antecedente, trabalham dia e noite, a agirem como ele agiu. Ele já sofreu outros assaltos, aí tu chama a polícia e não vem — narra o advogado.
Bandidos começaram a torturar ele, falaram que matariam ele, a mulher, a filha. Um deles deu o nome da filha, disse onde morava, falou que era de facção. O meu cliente se apavorou, viu que ia morrer e reagiu
ADVOGADO ROGER CAVICHIOLI
Sobre ato de empresário ao matar dupla em ambulância
De acordo com Cavichioli, a afirmação do delegado Félix Rafanhim, titular da Delegacia de Homicídios de Pelotas, de que não houve legítima defesa no crime, foi feita porque ele ainda não teve tempo de ler todo o inquérito e sequer ouviu o seu cliente, e que ele irá mudar seu entendimento.
— Para mim, não há dúvida de que foi legítima defesa. Os caras (bandidos) falam que vão matar, ele não tinha o que fazer — complementa Cavichioli.
O empresário está em um hospital, sob custódia policial, pelo crime de homicídio doloso. A delegada plantonista que atendeu o caso autuou o empresário com o atenuante de ter agido sob forte emoção. O pedido de prisão está, agora, no gabinete do juiz da 1ª Vara Criminal de Pelotas, que deve se manifestar nas próximas horas sobre o caso.