A polícia está à procura de um veículo branco que pode ter sido usado para levar a menina Naiara Soares Gomes, 7 anos, em Caxias do Sul, desaparecida desde sexta-feira (9). A informação é do delegado Caio Márcio Fernandes, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta sexta-feira (16). A criança sumiu quando seguia para a Escola Municipal Renato João Cesa.
— A gente não descarta nenhuma hipótese. Mas a principal linha é que ela tenha sido pega por alguém que utilizava um veículo branco — afirmou o delegado.
Fernandes esclareceu que a polícia não conseguiu obter até o momento imagens que mostrem o momento em que a menina teria embarcado no veículo. Existe um ponto cego, entre duas câmeras de vigilância, no qual os policiais não sabem o que aconteceu com a criança.
Uma câmera de uma loja é a última que mostra a menina seguindo sozinha pela Rua Júlio Calegari, por volta das 7h11min. Depois disso, ela não foi mais vista. Imagens de câmera mostram o veículo manobrando de forma suspeita na Rua Mozart Perpétuo Monteiro na esquina com a Rua Júlio Calegari. A polícia consegue acompanhar o trajeto do carro até uma rua próxima, mas depois não há mais imagens de câmeras. O modelo do carro não foi divulgado até o momento para não atrapalhar a investigação.
— Infelizmente a gente não consegue (identificar a placa). As imagens são de câmeras de residências ou comércios, que não conseguem maior precisão até pela natureza dos equipamentos que as pessoas acabam colocando em suas residências — disse Fernandes.
Segundo o delegado, o período entre o momento em que o primo, de 15 anos, que acompanhava Naiara, seguiu por outro caminho para encontrar a namorada e o desaparecimento da menina é de 15 a 20 minutos. Ela fez sozinha o trajeto em direção à escola, mas não chegou a ingressar no colégio.
— Temos imagens e relatos de testemunhas que viram ela durante esse trajeto, caminhando sozinha — declarou ele.
Fernandes explicou que a polícia, em um primeiro momento, descartou que o desaparecimento tenha alguma relação com o histórico familiar. Ele fez ainda um alerta sobre o risco de deixar uma criança sozinha:
— Eu destaco a importância do cuidado e zelo com crianças de tenra idade, principalmente, de 6,7 ou 8 anos, que estão em fase de socialização e acabavam se aproximando com muita facilidade de terceiros. É importante a presença da família, de pessoas responsáveis junto, para evitar que situações como essas aconteçam.
Confira a entrevista do delegado sobre o caso:
Os passos de Naiara em direção ao colégio:
1 – Por volta das 6h30min, Naiara e o primo de 15 anos saem de casa, no loteamento Monte Carmelo. Eles passam pelo pátio de uma residência quase em frente a deles, um pouco abaixo, e chegam até a Rua Natair Rizzardi.
2 – Às 6h41min, ela cruza por uma marcenaria que fica na Rua Natair Rizzardi, no loteamento São Mateus, um pouco à frente do primo e de um amigo que seguiam juntos, mais atrás.
3 – Alguns metros adiante, o primo deixa Naiara seguir sozinha em direção à escola e retorna para esperar a namorada, com quem segue até o colégio onde a adolescente estuda, a Basílio Tcacenco.
4 – Naiara, possivelmente, dobra à direita em uma travessa e chega até a Rua Eugênia Rech, por onde anda por três quadras e dobra à direita de novo, em outra travessa, para acessar a Rua José Bernardi, onde é flagrada pelas câmeras do Residencial Esplanada, às 6h54min.
5 – Ela chega até o portão do condomínio, onde estão um adulto e três crianças – uma delas seria colega de aula da menina –, conversa com eles por pouco mais de um minuto, até que a van escola chega, as crianças embarcam e Naiara segue a pé pela mesma rua. Uma câmera lateral de um dos prédios a mostra descendo a Rua José Bernardi, até chegar à Rua Júlio Calegari.
6 – Mais adiante, a próxima câmera a filmar Naiara é do Mercado Berzan, que fica na Rua Júlio Calegari. O dono do mercado disse que ela passou em frente ao estabelecimento, mas do outro lado da rua, e seguiu pela Júlio Calegari até sair do enquadramento.
7 – Depois disso, o que se imagina é que ela tenha dobrado à esquerda na Rua Pixinguinha, via onde fica a Escola Municipal Renato João Cesa, no bairro São Caetano. A distância é de cerca de pouco mais de dois quilômetros.