Na noite de sexta-feira (16), o motorista de aplicativo Eduardo Mazoni Pereira, 37 anos, foi morto com um tiro na cabeça na Rua Carlos Estevão, no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. Apesar do caso ter sido registrado como homicídio doloso, a Polícia Civil não descarta latrocínio e investiga se o crime tem ligação com outros três casos ocorridos nos últimos oito dias na região que fica no entorno das Avenidas Manoel Elias e Baltazar de Oliveira Garcia. Em dois deles se apura a ação de um grupo violento que estaria roubando veículos na localidade.
O Rubem Berta é o bairro com maior índice de roubo de veículos de Porto Alegre, segundo levantamento feito pela Polícia Civil a pedido de GaúchaZH
O diretor de Investigações do Departamento de Homicídios, delegado Gabriel Bicca, diz que nada foi levado da vítima no crime ocorrido na noite passada. No entanto, o motorista levou apenas um tiro na cabeça, o que foge do padrão em casos de execuções. Além disso, ele não tinha antecedentes criminais e até agora não se achou qualquer prova sobre execução. No entanto, a carteira de Pereira estava vazia e não se encontrou indícios de roubo. Mas Bicca não descarta o fato dos bandidos terem levado o dinheiro ou de terem fugido após perceber que nada havia para roubar.
- Por isso trabalhamos com as duas hipóteses, homicídio ou latrocínio. Temos agora que achar provas que confirmem uma das duas linhas de investigação - afirma Bicca.
Para a polícia, a vítima teria fugido ao perceber os criminosos se aproximando em outro veículo e acabou sendo baleada na fuga. A questão é saber se os bandidos se aproximaram para realizar um assalto ou homicídio. Devido a tudo isso, Bicca vai procurar a delegacia distrital para avaliar e apurar a ligação entre este crime com outros três.
Outros crimes
Na última quarta-feira (14) um motorista de aplicativo foi baleado por pelo menos três bandidos que estavam em um veículo. O grupo tentou abordar a vítima no momento em que conduzia o carro. No entanto, o condutor conseguiu fugir, mas foi atingido na região do quadril. Ele foi atendido no Hospital Cristo Redentor.
No sábado passado (10), também na região entre as Avenidas Manoel Elias e Baltazar de Oliveira Garcia, uma moça descarregava o veículo junto com o namorado quando foi baleada na cabeça por três bandidos. O grupo se aproximou do casal com um carro semelhante ao usado no ataque ao motorista. Eles roubaram o veículo das vítimas e a jovem segue hospitalizada em estado grave.
Um dia antes, sexta-feira (9), a polícia foi acionada para atender ocorrência de morte no trânsito na mesma localidade. No entanto, verificou que se tratava de uma vítima baleada na cabeça. Novamente uma forma de agir que não indica um caso de execução. O delegado Bicca não descarta que seja mais uma ação desta quadrilha. Ou seja, o grupo usa um carro para se aproximar de outros ou de pessoas com veículos estacionados e, desconfiando de qualquer tipo de reação, mesmo que esta não tenha ocorrido, já atira.
O objetivo agora é, primeiro, confirmar se os casos dos motoristas de aplicativos foram homicídios ou latrocínios. Depois, saber se os crimes foram cometidos pelos mesmos bandidos, já que têm características semelhantes e foram na mesma região. A Polícia Civil não divulgou os nomes das vítimas das três primeiras ocorrências registradas.