Em solo africano desde o final do ano passado, a família Guerra, de Passo Fundo, aguarda ansiosamente pelo julgamento de Daniel Guerra, 36 anos, detido desde agosto de 2017. Junto com outros dois brasileiros e um francês, ele foi acusado de tráfico internacional de drogas.
Os pais de Daniel, Télio Carlos Guerra, 68 anos, e Fátima Ruthe Guerra, 65, estão desde dezembro no arquipélago de Cabo Verde, distante pouco mais de 400 km da costa africana. Lá, receberam no final do ano uma previsão de julgamento em cerca de 45 dias. Com a aproximação do prazo estipulado, ainda não receberam nenhuma informação sobre uma data para o caso ser analisado judicialmente.
Recentemente, receberam a imprensa local para uma coletiva, na qual afirmaram que não vão deixar o país antes que o filho seja libertado pelas autoridades. Os familiares ainda disseram que o verdadeiro culpado seria o dono do veleiro e que o filho não recebeu nenhum dinheiro pela viagem, apenas alimentação e as passagens aéreas para retorno ao Brasil.
Além de Daniel, estão presos os baianos Rodrigo Dantas e Daniel Dantas e um capitão francês. Todos dizem ter sido enganados, usados como mula, sem ter conhecimento sobre a carga que levavam escondidos no casco da embarcação.
Os quatro foram contratados por uma empresa holandesa para levar um barco de 22 metros de comprimento de Salvador até Portugal. Depois de 18 dias cruzando o Oceano Atlântico, problemas mecânicos os forçaram a ancorar em Cabo Verde. No país, a polícia inspecionou o barco e descobriu mais de uma tonelada de cocaína no casco, sob um revestimento de ferro e concreto.