O secretário da Segurança Pública do Estado, Cezar Schirmer, repercutiu na manhã desta terça-feira (16), em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, o resultado dos indicadores de criminalidade referentes ao ano de 2017. O levantamento do governo gaúcho revelou queda de 24% nos latrocínios em relação a 2016. O número de homicídios praticamente não se alterou nos últimos dois anos.
Apesar de o número de ocorrências de homicídios ter recuado 1,5% no RS (2.646 em 2016 contra 2.606 em 2017), o total de vítimas aumentou 0,3% no ano passado (de 2.856 para 2.865). O motivo dessa variação é que a secretaria registra cada caso independentemente do número de vítimas — uma chacina com vários mortos, por exemplo, como a que levou à morte de quatro pessoas no Sarandi no último sábado, conta apenas como uma ocorrência.
O secretário ponderou que o número de crimes contra a vida no Estado continua alto e frisou que pessoas que não se envolvem com o consumo e comercialização de drogas têm menos chance de serem vítimas de um homicídio.
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— A maioria destes homicídios se dá entre traficantes e, obviamente, que no meio do caminho do caminho mata gente que não tem nada a ver com este assunto. Quem não se meter com o tráfico de drogas, o risco de homicídio é reduzido no Rio Grande do Sul e no Brasil. Vamos seguir combatendo o homicídio onde ele se revela mais intenso. O consumo de drogas. O Brasil vem no crescimento. Muita gente diz que é um só, mas isso movimenta a cadeia milionária do tráfico de drogas — disse Schirmer.
O secretário da Segurança ainda afirmou que os indicadores de criminalidade estão se alterando no "caminho certo", porque houve queda na maioria dos crimes que foram examinados estatisticamente. Somente os caso de roubos de veículos, estupro e lesão corporal contra mulheres aumentaram em 2017, na comparação com o ano anterior.
Homicídios x tráfico
Não é a primeira vez que o secretário da Segurança Pública relaciona o índice de homicídios no Estado ao tráfico de drogas. Em entrevista a Zero Hora, em fevereiro de 2017, ao comentar o crescimento de assassinatos à época, Schirmer afirmou:
— Quem está se matando, infelizmente, são os traficantes, em um percentual elevado.
No entanto, levantamento do Diário Gaúcho, com base em registros de crimes ocorridos entre 2011 e 2015, aponta que uma de cada cinco vítimas de homicídios na Região Metropolitana não tinha antecedentes criminais.