A Polícia Civil prendeu preventivamente, na tarde desta sexta-feira (15), a suspeita de ser a mandante do ataque a tiros ao Fórum de Marau, no Norte do RS, ocorrido na última terça-feira (12). Na ocasião, três homens atiraram contra as janelas onde aconteciam audiências da 1ª e 2ª Vara e foram capturados por policiais que estavam no local.
De acordo com o delegado Norberto Rodrigues, o trio realizou o ataque porque tinha objetivo de resgatar um preso — que já cumpre pena no Presídio Regional de Passo Fundo por envolvimento em um homicídio — que chegaria escoltado para uma audiência por envolvimento por tráfico de drogas, crime pelo qual foi preso em flagrante em setembro deste ano. A intenção também era, segundo Rodrigues, executar uma magistrada que estava no prédio.
No entanto, o plano deu errado porque os criminosos confundiram uma escolta da Susepe que trazia outro preso para participar de uma audiência no local. A mandante do crime, de 23 anos, é namorada do preso que seria resgatado pelo trio. O nome dela não foi divulgado pela Polícia Civil.
O inspetor Ivan Bernardi, da Polícia Civil de Marau, estava prestando depoimento em audiência no momento do disparos e reagiu, trocando tiros com os bandidos. Outros policiais militares que estavam no prédio aguardando uma audiência também agiram para capturar os atiradores.
— Tenho certeza que qualquer policial tomaria aquela atitude, somos treinados para isso. A minha primeira reação quando percebi o ataque foi abrigar o pessoal e identificar de onde vinha a agressão — conta o inspetor sobre a reação que foi flagrada pela câmera de segurança da sala de audiência do Fórum.
O delegado Norberto Rodrigues destacou a ação do policial Bernardi que resultou na prisão de dois jovens de 18 e 23 anos, e na apreensão de um adolescente de 17 anos.
— A captura dos bandidos se deu porque o inspetor Ivan agiu rápido e não perdeu os criminosos de vista. Ele e os policiais militares que estavam no Fórum saíram para a rua, trocaram tiros e prenderam os criminosos em um matagal após cerco.
Motivos do ataque
Segundo o presidente do Conselho de Comunicação do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Túlio Martins, o TJ encaminhou a Marau, na terça-feira (12), uma equipe para realizar apoio na investigação do caso, a fim de identificar os motivos do ataque ao prédio do Judiciário.
— Com a prisão dos envolvidos esperamos esclarecer este caso o mais rápido possível. Não temos a informação a respeito da tentativa de homicídio à magistrada, mas já estamos investigando o ataque. Trabalhamos para identificar os motivos, inclusive no que concerne à segurança dos magistrados.
A Polícia Civil de Marau apurou que a quadrilha tinha planos de fugir para outro Estado após a conclusão do ataque. A investigação ainda trabalha para elucidar as motivações do ataque à juíza.