A população carcerária do Rio Grande do Sul atingiu, neste final de ano, 38.183 presos, a maior de sua história. O dado tem base no levantamento divulgado nesta quarta-feira (27) pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe-RS). Do total, são 36.190 homens e 1.993 são mulheres. Os números incluem detentos de todos os regimes penais.
A Susepe não especifica em qual tipo de regime estão os 38 mil presos. Com isso, por exemplo, não é possível saber quantos detidos estão com tornozeleira eletrônica.
Deste total, 70% dos presos retornam ao sistema prisional e 60% têm Ensino Fundamental incompleto. A reportagem repercutiu a situação com o secretário de segurança do Estado, Cezar Schirmer, que disse que o grande número de presos é positivo.
— É sinal de que, se há crime, tem de haver prisão. Obviamente é algo bom. Embora a gente saiba que 40% desses presos seja provisório. O lugar de pessoas que afrontaram o crime é na cadeia. Mesmo considerando positivo, na proporção, estamos entre os países que menos prendem. Tem muito criminoso que deveria estar preso — disse.
Schrimer reconheceu, no entanto, que o sistema carcerário do Rio Grande do Sul não é adequado e não ajuda na recuperação de presos. Salientou que o Estado está buscando criar novos espaços para minimizar os problemas gerados pelafalta de vagas. Além disso, frisou que o Estado está priorizando ações que resultem na prisão.
— Não podemos deixar de prender só porque as cadeias não são as mais adequadas. Os indicadores de criminalidade estão diminuindo e estamos no caminho certo. Neste ritmo, vamos tornar o Rio Grande do Sul um parâmetro de segurança para o restante do Brasil — garantiu.