O disparo que matou o agricultor Gelson Coproski, 33 anos, durante tiroteio entre ladrões e a Brigada Militar (BM) na quinta-feira (7/12), após assalto a dois bancos em Arvorezinha, no Vale do Taquari, teria partido dos bandidos. Essa é a avaliação inicial da Polícia Civil e da BM.
Conforme o delegado Guilherme Pacífico, titular da Delegacia de Polícia da cidade, antes da fuga, os ladrões distribuíram reféns nos porta-malas de três carros – um Prisma e um Corola, com os quais chegaram na cidade, e uma Saveiro, roubada durante a ação.
– Os reféns disseram que, quando eles (assaltantes) perceberam que a Brigada estava a postos, começaram a atirar a esmo. As testemunhas afirmaram que deram uma saraivada de tiros, mesmo quando já estavam no matagal – contou Pacífico.
Segundo o capitão do 22º Batalhão da Polícia Militar (BPM) Ricardo Machado da Silva, os seis assaltantes começaram a atirar assim que avistaram a viatura da BM. De acordo com o oficial, um tiro feriu uma mulher de raspão no braço e outro teria atingido o agricultor, levado no porta-malas do veículo que seguia entre os outros dois automóveis roubados.
– Os carros estavam todos em fila e eles (criminosos) começaram a atirar várias vezes para tentar atingir a polícia. Nesse momento, os policiais revidaram os disparos, afim de parar os veículos. Os próprios reféns disseram em depoimento que a bala que matou o agricultor pode ter partido dos assaltantes – afirma Silva.
Também conforme o capitão, informações extraoficiais dão conta de que o projétil fatal ficou alojado no corpo de Coproski. Dessa forma, a perícia poderá identificar de qual arma o disparo saiu.
Segundo a Polícia Civil, na área do tiroteio, foram encontrados estojos de calibre 12, de pistola 9mm e de calibres de uso restrito das forças armadas. Para o delegado, o grupo perdeu o controle da ação, pois acreditava que conseguiria fugir sem ser descoberto.
– Ao contrário de outros municípios que já foram assaltados no Vale do Taquari, Arvorezinha tem um efetivo mais presente de policiais militares, o que possibilitou uma rápida ação dos agentes – avalia Pacífico.
O delegado espera ouvir nos próximos dias outras testemunhas, forçadas a formar um cordão humano em frente aos bancos, além dos reféns que presenciaram a perseguição e ainda não depuseram. Conforme Pacífico, muitos não se apresentaram devido ao abalo emocional.
Um suspeito foi preso ainda na noite de quinta-feira, no interior do município de Ilópolis, também no Vale do Taquari. Ele estava em uma Hilux furtada em Porto Alegre em outubro de 2016. O homem, que foi levado para o Presídio Estadual de Guaporé e não teve a identidade divulgada, carregava no veículo miguelitos e um galão com combustível.