Após montagem de um quebra-cabeças financeiro por parte da Promotoria Especializada no Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa, vinte pessoas foram denunciadas à Justiça por lavagem de dinheiro. Elas são todas ligadas à quadrilha do traficante Jackson Peixoto Rodrigues, conhecido como Nego Jackson, que teria ligações com criminosos no Paraguai e com facções do Rio de Janeiro e seria responsável por pelo menos 20 homicídios. Além dele, foram denunciados integrantes do segundo e terceiro escalão do bandos, que estavam em liberdade até novembro - quando a Polícia Civil realizou uma operação específica para desmantelar os negócios dessa organização.
Nego Jackson foi preso no Paraguai este ano e está recolhido na penitenciária de Porto Velho (RO). Quatro denunciados estão presos no Estado, uma pessoa está sob monitoramento eletrônico e os demais aguardam em liberdade ao prosseguimento do caso na Justiça.
Os crimes, segundo o MP, foram cometidos entre os anos de 2015 e 2017, em Porto Alegre, Grande Porto Alegre e Litoral Norte do RS. Além de tráfico de drogas, o bando foi denunciado por associação para o tráfico, venda ilegal de armas de fogo, lavagem de capital e homicídios. Os promotores de Justiça descobriram que contas de empresas de fachada foram usadas para disfarçar os ganhos da quadrilha.
O Ministério Público pede também, com a condenação, a perda de bens e valores apreendidos e já sequestrados, que somam R$ 11 milhões (entre imóveis, veículos e valores bloqueados em contas bancarias). O dinheiro seria revertido ao Estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente à Polícia Civil.
Conforme o promotor Marcelo Tubino, a organização comandada por Nego Jackson é responsável por crimes violentos, entre eles esquartejamentos.
- O objetivo desse trabalho conjunto com a Polícia Civil é frear a atividade criminosa deles, com a prisão dos líderes e principais operadores da organização. Temos um contínuo, cansativo, longo mas necessário caminho pela frente - pondera Tubino.
Já a promotora Josiene Menezes Paim destaca que este é o resultado de um trabalho conjunto da Delegacia de Repreensão ao Crime de Lavagem de Dinheiro com o Projeto-Piloto da Promotoria Especializada no Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro. Atuou também a Promotoria Criminal do Foro Regional do Alto Petrópolis.