Foi preciso uma operação militar, com escolta e um caminhão do Exército, para que 21.139 armas apreendidas ao longo de 2017 no Rio Grande do Sul fossem incineradas em uma siderúrgica de Sapucaia do Sul na manhã desta quinta-feira (9). O armamento, em um total de 13,9 mil armas de fogo, 7,2 mil armas brancas e 83,8 mil munições, é resultado dos processos judiciais do Estado que, quando incluem apreensões de armas, têm o descarte determinado pelo Tribunal de Justiça. Desde 2003, o Exército já descartou 220 mil armas no RS.
— Cabe ao nosso batalhão fazer a guarda deste armamento e uma primeira etapa da destruição. Assim como fazer a entrega de armas que tenham a doação determinada pela Justiça. Por isso, desta vez não temos praticamente nenhuma arma longa entre as descartadas — explica o comandante do 3º Batalhão de Suprimentos, do Exército, de Nova Santa Rita, coronel Alexandre Martinelli.
A legislação permite, desde dezembro do ano passado, que fuzis, metralhadoras, carabinas e espingardas possam ser requisitadas para o uso pelas forças de segurança. Neste ano, 11 armas apreendidas já foram doadas desta forma. Mais de 20 estão com o procedimento de doação tramitando. A maior parte dos pedidos para reutilização do armamento é da Brigada Militar (BM).
Conforme os indicadores de eficiência da Secretaria da Segurança Pública (SSP), entre janeiro e setembro deste ano, foram apreendias 7.047 armas de fogo, 3.898 armas brancas e 57.649 munições pela BM e pela Polícia Civil.
Na ação da manhã desta quinta, o caminhão transportou armas já parcialmente destruídas e munições desarmadas. Ainda na unidade militar é feita a separação de materiais plásticos e de madeira, assim como a quebra de toda a estrutura do armamento. Na siderúrgica, o metal retorna à indústria da transformação.