Um grupo especializado em crimes de estelionato contra aposentados foi alvo da segunda fase da Operação Multifaces, da Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (29), em quatro municípios da Região Metropolitana do Estado. Os crimes foram praticados em ao menos 11 cidades gaúchas e em uma catarinense. O prejuízo estimado até o momento é de aproximadamente R$ 200 mil.
Cerca de 40 policiais federais cumprem oito mandados de busca e apreensão, três de prisão e oito de condução coercitiva nos municípios de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas e Sapucaia do Sul.
As investigações, conduzidas desde março pela Polícia Federal em Passo Fundo, identificaram que o grupo utilizava acessos indevidos a sistemas oficiais para obter informações pessoais e financeiras das vítimas. Depois, com esses dados, falsificava documentos e abria contas em instituições bancárias, como a Caixa Econômica Federal, entre outras. A partir desse ponto, os estelionatários contratavam empréstimos, planos de telefonia, sacavam valores de benefícios previdenciários, faziam compras no comércio, entre outras fraudes.
Além de utilizar os dados pessoais dos aposentados em benefício próprio, os criminosos também forneciam documentos falsos, como carteiras Nacional de Habilitação (CNH) e de Identidade (RG) para outras quadrilhas e para foragidos da Justiça. Para completar a lista de fraudes, o grupo também falsificava e vendia certificados escolares e atestados médicos.
Até o momento, a PF identificou a atuação dos criminosos em Porto Alegre, Rio Pardo, Soledade, Alvorada, São Jerônimo, Santo Antônio da Patrulha, Taquara, Viamão, Imbé, Charqueadas, Osório e, ainda, em Tubarão (SC).
A PF também apura a atuação de dois advogados da organização criminosa que teriam apresentado comprovante de residência falso à Justiça Federal com o objetivo de amparar o pedido de liberdade provisória de um preso.
Os investigados responderão pelos crimes de de organização criminosa, invasão de dispositivo de informática, falsidade de documentos públicos e privados e estelionatos. O cumprimento das ordens judiciais tem a participação de servidores da ANATEL e de representantes da OAB-RS.