Dois casais foram presos preventivamente pela Polícia Civil suspeitos de agenciar a venda de um bebê. Três prisões ocorreram nesta quarta-feira (4). Entre os detidos está a mãe biológica da criança negociada, presa em Novo Hamburgo, e o casal suspeito de negociar a venda do bebê. A dupla, moradora de Canoas, foi presa em Balneário Pinhal, no Litoral Norte. A quarta prisão ocorreu no sábado (30) em Nova Santa Rita. O pai biológico da criança também foi detido.
Todos foram indiciados por prometer ou entregar filho mediante pagamento, associação criminosa e estelionato. A Polícia Civil não divulgou o nome dos envolvidos.
Segundo a delegada Ana Luíza Tarouco, as investigações iniciaram há um ano e meio. O caso envolveu uma mulher de Santana do Livramento, que mostrou interesse em adotar uma criança. O bebê – que hoje tem aproximadamente um ano – teria sido oferecido mediante pagamento de R$ 100 mil. Quando a criança estava para nascer, a interessada foi a um hospital de Canoas – a mãe biológica chegou a dizer que aceitava reduzir para R$ 6 mil, mais o pagamento da cesariana, para ceder a criança.
Nesse meio tempo, a mulher de Livramento procurou a polícia. Aos investigadores, contou que conheceu a estelionatária pelo Facebook. Ela afirmou que a criminosa se apresentava como assistente social. Ela disse conhecer ao menos três mulheres grávidas que não queriam ficar com filhos que nasceriam em breve.
– Durante as investigações, ela (estelionatária) referia que tinha crianças que nasceriam em novembro (de 2016), janeiro e julho (de 2017). Ela dizia para a envolvida ficar tranquila, que teria seu filho – diz a delegada.
A delegada informa que o menino não foi localizado com a mãe biológica nem com o casal de estelionatários. Outras duas crianças, de quatro e seis anos, que também teriam sido repassadas pela mãe biológica à estelionatária, estão sendo procuradas.
A polícia procura outros casos de negociação de crianças. Segundo a delegada, o casal apresentou conhecimento sobre como burlar o sistema.
Sobre a mulher de Santana do Livramento, a delegada informa que a conduta dela não demonstrou uma ação criminosa. Além disso, ela acabou colaborando com as investigações.