Quadrilha ligada a um assaltante considerado de alta periculosidade é apontada pela Polícia Civil como a autora da explosão na agência do Banrisul de Paverama, no Vale do Taquari, na madrugada desta quarta-feira (4). Conforme a Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais, João Batista Crisóstomo Araújo, 53 anos, é o líder do grupo que supostamente fez o ataque de hoje e também o ocorrido em julho deste ano, na mesma cidade, contra o Banco do Brasil.
Araújo recebeu a progressão de regime em março deste ano, e em seguida deixou de cumprir os requisitos impostos pela Justiça e se tornou foragido. No mês seguinte, havia um mandado de prisão preventiva contra ele deferida pela Justiça. Investigações dos ataques com explosivos em 2017 colocam Araújo como autor de parte dos crimes.
Também conhecido como "Tio", o criminoso havia sido preso pela última vez em um sítio em Nova Hartz, no Vale do Sinos, em 2015, durante uma operação do Deic. À época, os investigadores apontavam ele como integrante da maior quadrilha de roubos a banco do Rio Grande do Sul. Para o delegado João Paulo Abreu, a periculosidade do suspeito é confirmada por seu passado no crime.
— Quando se olha os antecedentes dele, muitos por roubo a banco, se vê uma pessoa já com certa idade, com ações violentas, preso em Nova Hartz com vários fuzis e explosivos e que, infelizmente, ganhou liberdade em março deste ano, sendo que não cumpriu determinações judiciais e foi para a condição de foragido para praticar crimes — diz o delegado.
A Polícia Civil chegou a suspeita de que o bandido está por trás do ataque após analisar os detalhes de como tudo ocorreu. Nesta quarta-feira, agentes do Deic estão na cidade procurando câmeras e provas contra o grupo.
No ataque desta quarta-feira, o cofre e um caixa eletrônico foram abertos e há a suspeita de que a quadrilha tenha fugido com o dinheiro. O prédio onde aconteceu o ataque também é residencial e, por isso, famílias foram retiradas e encaminhadas para casa de parentes até que o Instituto-Geral de Perícias faça uma análise e confirme se a estrutura não foi comprometida. Policiais militares chegaram a levantar a possibilidade de que um dos explosivos não tivesse sido detonado, mas a hipótese foi descartada após a chegada do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
Conforme a Polícia Civil, quatro bandidos participaram do crime e fugiram em um Toyota Corola prata. Investigadores dizem que eles escaparam de forma silenciosa, sem fazer reféns ou atirar nas ruas.