Adolescentes cometeram 184 homicídios neste ano, em Porto Alegre. O levantamento, que vai até outubro, foi apresentado pela promotora de Justiça da Infância e da Juventude Juliana Bossardi em audiência pública realizada pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, em parceria com a Pastoral do Menor. Apesar de ser uma quantidade semelhante à de 2016 (191), é quase o dobro do registrado em 2015 (100).
No levantamento apresentado, o número de roubos também cresceu, de 431, em 2016, para 493, neste ano. Para a promotora, mesmo o modelo de execução da medida sócia-educativa do Estado sendo modelo no país, há necessidade permanente de investimentos no sistema.
- Nesses quatro anos em que atuo na área da Infância, percebo uma mudança de perfil nos tipos de atos infracionais cometidos. O nosso levantamento mostra que o número de homicídios praticados por adolescentes subiu drasticamente e há uma queda nas internações por tráfico de drogas. O adolescente que era o traficante na facção passou a ser o executor. Por isso, o trabalho na prevenção é urgente. Quando o adolescente chega a esse ponto a rede, que deveria ter evitado isso, falhou.
Além da promotora, de representantes da Assembleia e da Pastoral do Menor, participaram do debate representantes do Judiciário, da Fundação de Economia e Estatística, do Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente, da Defensoria Pública e da Fundação de Atendimento Socioeducativo.