No último sábado (14), as Delegacias de Pronto Atendimento (DPPAs) da Região Metropolitana de Porto Alegre estavam com 195 presos dentro das carceragens e em viaturas. A situação estava complicada, ainda mais pela interdição judicial do instituto Pio Buck na Capital. No entanto, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) conseguiu novas vagas e o número de presos na manhã desta segunda-feira (16) diminuiu para 159.
Mesmo assim, a situação ainda é considerada muito crítica pela Polícia Civil. Tanto é que a Ugeirm Sindicato, entidade que representa escrivães, inspetores e investigadores, está acionando o Corpo de Bombeiros e a Vigilância Sanitária para tentar interditar 12 prédios com problemas estruturais e com superlotação de pessoas detidas. Apesar disso, os agentes que haviam parado de realizar prisões menos graves desde a semana passada, devido à falta de estrutura nas carceragens, voltaram a cumprir os mandados de prisão. Alguns delegados que atuam na região informaram à reportagem que esta decisão não estava relacionada à paralisação ligada ao parcelamento de salários e também não envolvia casos de crimes hediondos ou que tivessem como vítimas crianças, adolescentes, idosos e da Lei Maria da Penha.
A polícia segue em alerta pelo fato de que o número de vagas sempre oscila. Desta vez, foi para menos, mas com a retomada das prisões menos graves e com a interdição do albergue Pio Buck, as carceragens podem voltar a ficar superlotadas. Outro fator que pode contribuir para isso é a retomada das operações policiais após o fim da greve da categoria na semana passada.
Enquanto isso, a Susepe deve informar, nesta segunda-feira, à Justiça o destino dos presos provisórios que estão no Pio Buck, que fica ao lado do Presídio Central. O prazo para a desocupação total, devido justamente à superlotação e às condições do imóvel, é de 20 dias a partir da quarta-feira da semana passada. Ainda não foi divulgado novo balanço, mas a Susepe já iniciou as transferências. Até domingo (15), havia 82 presos no local que tem capacidade para 75. Na semana passada, eram 104. Os detidos que eram encaminhados para o instituto estão sendo levados para os dois centros de triagem ou ficando em delegacias e viaturas.