A Polícia Civil recebeu na tarde desta terça-feira laudos psíquicos e físicos da menina de 5 anos vítima de abuso sexual por um homem dentro de um supermercado no último final de semana, em Porto Alegre. Conforme a titular do Departamento Estadual de Criança e do Adolescente (Deca), delegada Laura Lopes, o exame psíquico constatou que a vítima sofreu prejuízos em função do abuso.
— Ela passou pelos exames de praxe para essas situações. O laudo de verificação sexual, que é físico, deu negativo. Mas é normal nestes casos. Não houve conjunção carnal, somente o toque. E o laudo psíquico deu positivo. Ela relatou novamente o abuso à psiquiatra, que confirmou o sofrimento psíquico da menina — explicou.
Não foram revelados os tipos de danos psíquicos causados à vítima. A delegada Laura frisou que o exame fortalece as provas contra o Juarez Gomes Flores, 62 anos, preso em flagrante pelo crime. Também na tarde desta terça-feira, a avó da vítima presta depoimento no Deca.
A Polícia Civil informou que deve finalizar até a próxima semana o inquérito do caso. Novas ações serão realizadas nos próximos dias.
Pela manhã, a mãe da vítima concedeu entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, e relatou que a menina está bastante assustada desde o dia do fato.
— Minha filha tem medo. Apareceu uma reportagem e ela gritou "é esse aí mãe" — disse a mulher.
A criança deve passar por tratamento psicológico.
O abuso
O caso ocorreu no sábado à noite. O homem se aproveitou do fato de a menina ter se distanciado da mãe por alguns segundos para atacar a vítima em um dos corredores do estabelecimento comercial. Ele só parou após clientes terem flagrado o crime.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera abuso qualquer tipo de toque no corpo da vítima, conforme a área do corpo. A menina voltou para a mãe e contou toda história. Aos gritos, a mulher pediu ajuda. O homem foi identificado por clientes e detido por seguranças ainda dentro da loja. A Brigada Militar foi acionada e realizou a prisão em flagrante.
Prisão
O homem preso em flagrante está em uma ala da Cadeia Pública de Porto Alegre destinada apenas a detidos por crimes sexuais. O crime é inafiançável.