A transferência dos 20 detentos do Presídio Central de Porto Alegre para as penitenciárias de Charqueadas e de Arroio dos Ratos e a realocação de outros 140 presos dentro da própria cadeia ganhou nova versão do governo do Estado.
De acordo com o secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, os presos haviam ido para o pátio por conta própria, pois queriam uma galeria exclusiva. Ele nega que eles tenham sido expulsos por criminosos rivais.
– A verdade é que eles queriam uma galeria própria. Nós, obviamente, não aceitamos. A ótica correta é o poder público decidir onde colocar os presos e o que fazer, não o contrário – disse durante entrevista coletiva realizada no final da manhã desta segunda-feira (4).
Leia mais:
Presos que haviam sido expulsos de galerias do Presídio Central são transferidos
Tensão no Central: "A única solução imediata possível é o Estado mostrar aos delinquentes que está presente"
Crise no Presídio Central mantém clima de guerra na Vila Maria da Conceição
O governo trata o caso como sendo a segunda fase da operação Pulso Firme, que em julho transferiu 27 lideranças criminosas gaúchas para penitenciárias federais.
Os 160 detentos pertenciam à facção do traficante João Carlos Trindade, o Colete, 39 anos, morto no dia 23, na Vila Maria da Conceição. Eles estavam há mais de uma semana desalojados, dormindo em um dos pátios do presídio – banheiros químicos chegaram a ser instalados no local. Com o assassinato de Colete, os presos da facção dele teriam sido expulsos das galerias por integrantes de outros grupos.
Até ser solto no início deste ano, Colete era um dos líderes da segunda Galeria do Pavilhão A. De acordo com a polícia, ele também comandava o tráfico de drogas na Vila Maria da Conceição.