Violência policial
Um flagrante de violência policial em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, mobilizou a atenção dos leitores no site da ZH nesta quarta. As cenas são fortes. Após um acidente de trânsito na Rua Domingos de Almeida policiais militares e um homem, envolvido na colisão, se desentenderam. Em determinado momento, um PM dispara pelo menos três tiros de borracha contra o homem, que estava dentro de uma ambulância.
O autor do disparo foi afastado pela corporação. Um IPM investiga o incidente.
O flagrante na fronteira ocorre em um contexto que merece atenção do comando da BM. Como revela o repórter Marcelo Kervalt, neste ano mais que dobraram denúncias de violência policial no Estado registrados na Defensoria Pública – a maioria envolvendo PMs.
Detentos expulsos de celas no Central
A situação dos 164 presos expulsos por uma facção rival de suas celas no Pavilhão A do Central, que permanecem no pátio da instituição, sob sol e chuva, aproxima-se de um desfecho. Um desfecho paliativo, é verdade, como quase tudo que ocorre no sistema prisional.
Nesta quarta-feira (30), após reunião entre Brigada Militar e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), ficou decidido que os apenados serão transferidos para outras cadeias do Estado. No lugar deles, outros criminosos serão deslocados para o Central – desde que a facção que manda naquele pavilhão autorize.
Uma das maiores conhecedoras do sistema prisional no país, a socióloga Julita Lemgruber classifica o caso como mais um capítulo a confirmar a situação limite do Central. Confira o que Julita disse a ZH:
– A única solução imedita possível para reagir ao estado em que as coisas chegaram é o Estado mostrar aos delinquentes que está, sim, presente. E que quer estar presente. No caso do Presídio Central, o gestor público deveria inundá-lo com profissionais de saúde, educação, psicólogos, assistentes jurídicos e sociais, com acesso a todos os presos. Só assim você desmancha o poder que as facções exercem naquela estrutura.
Polícias apreendem 70 quilos de maconha
A notícia positiva na área da segurança são duas apreensões de drogas realizadas pelas polícias. Na BR-290, agentes da PRF e PMs, após uma perseguição, apreenderam 30 quilos de maconha lançados pelos criminosos às margens da rodovia.
Na zona leste de Porto Alegre, na tarde desta quarta (30), agentes da Polícia Civil identificaram um local suspeito de ser utilizado para torturar devedores do tráfico. Na casa, localizada na Rua T, no bairro Bom Jesus, foram presos dois homens de 18 e 19 anos e apreendidos 40 quilos de maconha.
Infelizmente, diante de tanta barbárie, a informação de que um imóvel possa ser usado para supliciar rivais do trágico não chega a surpreender.