Policiais federais e integrantes da Auditoria Militar da União tentam cassar a aposentadoria de uma sargento do Exército, moradora da Grande Porto Alegre e suspeita de fraude. Ela é investigada desde 2015, após conseguir ser reformada, recebendo pensão por invalidez. Teria sido vítima de uma queda. Como o processo segue em sigilo, as imagens foram borradas.
A desconfiança começou porque ela é cliente do mesmo advogado que foi preso pela PF na Operação Reformados – desencadeada nesta semana – e que se especializou em aposentar precocemente militares, no Rio Grande do Sul. Os próprios serviços secretos das Forças Armadas investigaram militares e apontaram as suspeitas à PF, que continuou as averiguações.
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Os federais seguiram a sargento, requisitaram filmagens do circuito interno de TV do seu prédio e descobriram que ela caminha normalmente. Usa muletas, aparentemente, só quando vai ao médico para renovar as perícias que permitem que continue aposentada por invalidez.
A mulher será chamada nesta semana para interrogatório na PF. Ela integra uma lista de 498 militares sob suspeita de fraudar aposentadorias – a maioria deles temporários que foram desligados das Forças Armadas mas retornaram mediante processos judiciais e logo se aposentaram alegando alguma doença. Os nomes dos beneficiários sob suspeita – incluindo o da sargento que aparece nas imagens – não foram divulgados.
Em outros casos, foram filmados também militares que alegam transtornos psíquicos, mas que frequentam festas, bares, ingerem bebidas alcoólicas e dirigem automóveis. Atividades que, aparentemente, não condizem com o problema psicológico alegado para conseguirem aposentadoria por invalidez.