A Polícia Federal vai investigar a possível participação de médicos no esquema de fraudes na aposentadoria de militares identificado em operação policial deflagrada nesta segunda-feira (21). Na ação, um advogado foi preso, e um escritório de advocacia de Canoas é investigado.
O homem foi preso em flagrante, mas não teve o nome divulgado. Os mandados foram cumpridos em Canoas e em Novo Hamburgo.
A investigação, que começou em 2009, flagrou pessoas com diagnósticos que as incapacitariam para a atividade militar mantendo rotinas normais e até trabalhando em outras áreas. Conforme o delegado Aldronei Rodrigues, responsável pela investigação, a maioria das aposentadorias ocorreu por doenças psiquiátricas:
– A doença psiquiátrica é a preferida para fins de fraude em qualquer circunstância, porque a possibilidade de rastreio é muito baixa – explicou, em entrevista ao programa Gaúcha Repórter, da Rádio Gaúcha.
A PF já está intimando médicos para averiguar se houve a participação de profissionais da área da saúde na fraude. Além disso, a investigação vai analisar os 498 processos em fase de pagamento do advogado preso para verificar se todos eles são fraudulentos.
Os investigadores identificaram 30 casos em que há possibilidade de fraude. O rombo na previdência poderia chegar a R$ 1 bilhão, considerando a média de vida de cada um dos beneficiários.
– Os beneficiários ficariam muitos e muitos anos recebendo, talvez até transmitindo [o benefício da] reforma para os filhos – explicou o delegado.
Os crimes apurados pela PF são estelionato e falsidade ideológica. Apoiam a chamada "Operação Reformados" a Polícia Judiciária Militar, Ministério Público Militar e Advocacia-Geral da União.
Ouça a entrevista com o delegado Aldronei Rodrigues