Está grávida de quatro meses a jovem de 21 anos que foi baleada na cabeça e denunciou ter sido estuprada por três homens no bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre, na madrugada de domingo (6). O bebê, que corre risco de vida devido aos ferimentos da mãe, é fruto de um relacionamento da vítima com um homem que ela conheceu em janeiro, e que é uma das pessoas ouvidas pela polícia. A delegada Clarissa Demartini, da Delegacia da Mulher, afirma que ainda não se sabe o que pode acontecer com o bebê.
– Não se consegue dividir a atenção, nesse primeiro momento, entre ela e o bebê. A preocupação é estabilizar a vítima, deixar ela com condições de vida. Ela entrou com um quadro muito grave. Há grande possibilidade de que ela fique cega, em decorrência da área do cérebro que foi afetada – relata a delegada.
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Ela foi atacada quando voltava de uma festa com uma amiga. A jovem teria descido do Uber próximo à casa da amiga, no mesmo bairro, e decidiu caminhar algumas quadras até a própria casa. Neste caminho, foi interceptada e levada pelos bandidos. Mesmo baleada, a vítima conseguiu escapar e pular um muro, caindo no pátio de um vizinho. O homem acolheu a menina e chamou a polícia.
A Polícia Civil ouve testemunhas desde que ficou sabendo do fato, no domingo. A própria delegada, acompanhada de uma equipe de investigadoras, começou a ouvir as pessoas próximas da vítima. O objetivo é obter o máximo de informações para saber por onde a investigação deve prosseguir. Duas linhas de investigação já estão delineadas. Por cuidado, no entanto, os detalhes são sigilosos.
– A investigação já se desenha. Já tem um bom andamento. O fato está no Judiciário, também. A gente acredita que, agora, no início da semana, teremos importantes informações para trazer ao inquérito – comenta Clarissa, mantendo a precaução quanto aos detalhes do caso.
Casos por semana
A delegada afirma que são pelo menos três casos de estupro de vítimas em Porto Alegre por pessoas desconhecidas. Ela garante que os principais casos são em festas, principalmente quando as jovens estão sob efeito de álcool, mas que também há casos de meninas que são abordadas ao descerem dos ônibus ou em outros locais. Apesar do aumento da violência em Porto Alegre, ela entende que não há um aumento nos casos desse tipo, mas uma maior procura pelas autoridades.