Procurada desde o dia 8 de agosto, Ana Paula Marin Bittencourt, 32 anos, se apresentou à Polícia Civil de Bento Gonçalves e confessou ter assassinado a irmã Aparecida de Fátima Marin Bittencourt, 44. Em depoimento, a investigada relatou que morava com a irmã há dois meses e que as desavenças entre elas eram comuns. O fratricídio teria ocorrido na madrugada do dia 2 de agosto, mas o crime só foi descoberto seis dias depois.
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A apresentação espontânea ocorreu na noite de sexta-feira e Ana Paula não estava acompanhada de um advogado, o que foi providenciado pelos policiais. Ela confessou o crime e afirma que a irmã era violenta. A Polícia Civil considera a motivação e a autoria do crime esclarecidos.
_ Ainda iremos fazer um compilamento de todas as provas para não restar dúvidas e também esclarecer alguns detalhes do ocorrido. A investigada não alega legítima defesa. Ela relata que empurrou a irmã, que caiu, bateu a cabeça e desmaiou, e depois a atacou com a faca _ afirma o delegado Álvaro Becker, titular do 2º Distrito Policial (2º DP).
Sem paradeiro conhecido desde que a irmã foi encontrada morta, Ana Paula era a única suspeita do assassinato. As imagens das câmeras de monitoramento do edifício demonstraram que nenhuma outra pessoa entrou no apartamento do bairro São Francisco onde as duas moravam.
Ana Paula relatou que a briga entre as duas ocorreu em 2 de agosto. Naquela madrugada, a Brigada Militar (BM) recebeu denúncias de vizinhos pelo 190 e foi até o apartamento na Rua Goés Monteiro. A investigada admitiu que atendeu os policiais militares e se apresentou com o nome de Aparecida.
– Se passando pela irmã, ela afirmou que estava tudo bem e que apenas tinha tido um pesadelo, por isso acordou gritando por socorro. A investigada também utilizou o celular da vítima para enviar mensagens para o síndico do prédio – relata o delegado.
Uma das dúvidas da investigação é quanto a lesão encontrada na cabeça da vítima. O ferimento era profundo e não seria compatível com uma queda. A perícia apontou, no entanto, que a morte foi causada pelo corte no pescoço.
Após o crime, Ana Paula teria deixado o apartamento levando roupas e a faca utilizada crime, que afirma ter arremessado em um rio. A investigada relatou ter passado em Caxias do Sul para tentar contato com alguns familiares.
Neste primeiro momento, uma prisão preventiva não é cogitada, pois a investigada se apresentou espontaneamente e informou um endereço fixo em Bento Gonçalves e um telefone para contato. Ana Paula, que não possuía antecedentes criminais, foi instruída a não deixar o município.