Armas de ar comprimido, carros e até um ônibus foram utilizados no curso que simulou o combate policial a criminosos com reféns dentro de um coletivo. A capacitação, oferecida neste domingo na zona sul de Porto Alegre, era voltada a agentes de segurança pública e privada e mesclou técnicas da arte marcial Kapap e de operações policiais. Quinze pessoas, entre guardas municipais, policiais civis e militares, agente da Susepe e trabalhadores da segurança privada simularam ações para libertar reféns de criminosos dentro de ônibus.
– Esse tipo de abordagem só é feita quando estiverem esgotadas as negociações ou em situação de emergência, quando, por exemplo, o bandido começa a matar as vítimas – explicou o líder do Kapap no Brasil e organizador do curso, Diogo Duarte.
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Em uma das intervenções, com auxílio de motocicleta, o grupo de alunos tinha 40 segundos para impedir qualquer ação dos bandidos dentro do ônibus, retirar todos em segurança e imobilizá-los na rua para revista. Em seguida, a moto foi substituída por um carro, que se atravessava na frente do ônibus para que a abordagem fosse precisa. Ao passo em que os movimentos dos alunos iam se aprimorando, dificuldades eram acrescidas, como resistência do motorista em abrir as portas do coletivo para retardar o ingresso das forças de segurança.
O agente penitenciário Emerson Peres Campos, 32 anos, explica que procurou o curso e desembolsou o valor de R$ 250 para aprimorar suas técnicas de combate ao crime.
– Hoje em dia, se o pessoal da segurança pública não se atualizar, vai ficar para trás, porque a bandidagem tem muito mais recursos. Então, a gente procura com os cursos conseguir a técnica para combater os recursos que eles têm mais do que nós, da segurança pública.
O principal nome do Kapap no mundo é o ex-instrutor de uma unidade antiterrorista de Israel major Avi Nárdia. Conhecedor de técnicas do país do Oriente Médio, disse que a intenção do curso é, além de unir Brasil e Israel, levar ao conhecimento das forças policiais do Brasil as técnicas de operações do Kapap.
– São essas técnicas que estamos treinando hoje aqui.
O Guarda Municipal Cleo dos Santos, 32 anos, que já havia feito outros cursos com o major, saiu satisfeito com o evento deste domingo.
– Como sempre, é bem sugado, mas é isso que a gente busca: treinar incessantemente para conseguir se aprimorar em pouco tempo e poder aplicar isso no nosso dia a dia.