A Polícia Civil comprovou que mais um homicídio foi ordenado por uma facção criminosa que busca dominar o tráfico de drogas em Caxias do Sul. De acordo com a investigação, Márcia Regina Ramos Borges, 43 anos, era responsável por um ponto de tráfico no bairro Euzébio Beltrão de Queiróz e não aceitou ser coagida. A facção queria que Márcia vendesse as drogas da quadrilha. A vítima teria continuado a vender drogas de outro fornecedor e, por isso, foi morta.
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A execução ocorreu na noite de 2 de maio, quando três homens armados invadiram uma residência na Rua José do Patrocínio. Eles executaram Márcia e também alvejaram o seu filho, Bruno Jonathan Ramos Borges, 19, que sobreviveu.
Apontado como um dos líderes da facção indiciada na Operação Fratelli, Jéferson da Silva, 26, conhecido como Jé do Reolon, foi apontado como o mandante do assassinato. Os executores seriam Iedo Judá Santos da Silva, 30, e Matheus de Lima, 26, o Porquinho. Os três foram indiciados por homicídio consumado e tentativa de homicídio. Eles já estavam recolhidos no sistema penitenciário por outros crimes.
– É a imposição para que a vítima venda drogas para a facção. Como aconteceu em outros pontos tráficos daquele bairro. "Ou vende para mim ou não vende para ninguém". Como ela não aceitou, foi assassinada – explica o delegado Rodrigo Kegler Duarte.
A investigação apontou Giovani Israel de Souza, o Sequinho, como o terceiro homem que invadiu a casa da Rua José do Patrocínio para matar Márcia. Ele não foi indiciado porque foi assassinado no dia 7 de maio em frente ao Cemitério Público Municipal, no bairro São Pelegrino. Este caso segue em investigação. O delegado Duarte não descarta possibilidade do crime ter relação com o assassinato de Márcia, ocorrido dois dias antes.
Caso é semelhante a homicídio de janeiro
O assassinato de Márcia é semelhante a morte de Paulo Sérgio Pereira em 14 de janeiro de 2017. De acordo com a investigação, a vítima seria um fornecedor de drogas de um traficante que atuava no bairro Euzébio Beltrão de Queiróz e que foi "convencido" a vender as drogas da facção.
O telefonema com ameaças de Jéferson da Silva a Paulo Roberto Maciel de Jesus, o traficante que teve o ponto de drogas tomado pela facção, foi uma das provas apresentadas pela Polícia Civil na Operação Fratelli. De acordo com a investigação, após recrutar Jesus como novo integrante, a facção decidiu eliminar seu antigo fornecedor.
Pelo assassinato de Pereira, assim como o de Márcia, foram indiciados Iedo Judá Santos da Silva e Jéferson da Silva, como executor e mandante, respectivamente. Outro indiciado do homicídio de janeiro foi José Adair Tubia Pires, 29.