Terminar a reforma do apartamento, casar, ter filhos e estudar. Esses são alguns dos sonhos interrompidos por criminosos e que Allyson Rodrigues Fernandes, 24 anos, pretendia realizar. O jovem foi morto a tiros, numa tentativa de assalto, diante da namorada, na zona norte de Porto Alegre, e acabou se tornando a 14ª vítima de latrocínio neste ano.
– O sentimento agora é de tristeza e revolta. Infelizmente, sabemos que Allyson só será a 14ª vítima desse ano. De quem vamos cobrar? Do secretário da Segurança (Cezar Schirmer), que nem em Porto Alegre está para ver o caos que se tornou a cidade? – questiona o vigilante Reinaldo dos Santos Fernandes, 37 anos, tio do jovem.
Conforme o familiar, Allyson, pretendia terminar uma obra no apartamento, comprado há um ano. Planejava casar e ter filhos, com a namorada que conheceu na empresa em que atuava como analista, em Porto Alegre.
– Ele trancou o curso de Tecnologia na Fadergs para que a namorada pudesse concluir. Depois, ele retomaria – conta.
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O vigilante conta que viu o sobrinho pela última vez no fim de maio, em uma festa de família, na qual ficaram por pelo menos cinco horas juntos.
– Lamento por não ter tido outra oportunidade de dizer a ele o quanto o amava – emociona-se.
O jovem nasceu em Porto Alegre e viveu com a avó paterna dos 11 aos 19 anos, após a separação dos pais. Depois, morou com a mãe em Alvorada, até a compra do apartamento na Capital.
– Esse cara herdou da família a dedicação ao trabalho, aos amigos e à família. Apesar de ser mais velho do que ele, tenho certeza que aprendi muito mais com ele, do que ele comigo – diz.
Nas redes sociais, familiares manifestaram a dor e a revolta pela perda do jovem.
"Amor da minha vida que me arrancaram", escreveu a mãe de Allyson.
A namorada que presenciou o crime também externou seu sentimento.
"Amor da minha vida! Eu te amo além dessa vida! Meu mundo, meu porto seguro! Já era amor antes de ser! Eu te amo."
Uma prima também escreveu:
"Força pra nós. Quando essa violência vai acabar meu Deus? Até quando pessoas honestas e trabalhadoras vão morrer?"