O preso resgatado por comparsas em Lajeado, no Vale do Taquari, na segunda-feira (26), responde a processos por roubo a casas, um carro e até por atirar em policiais após ataque a uma residência em Fazenda Vila Nova, no Vale do Taquari, no ano de 2016. Rudinei Lopes, 37 anos, recebia atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, por volta das 19h, quando os bandidos atiraram com fuzis para render os agentes penitenciários que o acompanhavam. As informações são da Rádio Gaúcha.
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Até a fuga, o preso não era considerado pela Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) como alguém de alta periculosidade. Para a Polícia Civil, no entanto, ele tem fortes ligações com uma facção criminosa com base no Vale do Sinos.
– É um preso de alta periculosidade, responsável por assaltos a residências. Cumpria, atualmente, pena por roubo, mas tem conexões perigosas com a rua – comenta o delegado Juliano Stobbe, responsável pela investigação que tenta recapturar o detento.
Lopes já é um velho conhecido da polícia, inclusive pelo entra e sai de presídios. Conforme dados da Susepe, ele conheceu a cadeia em 2011, por um roubo a casa e carro. Na ocasião, ficou sete dias preso. Ele voltou ao sistema prisional em 2012, e saiu após sete meses preso. Voltou em outubro de 2014, passando apenas quatro dias detido. A última vez que foi preso foi em abril de 2016 – até a fuga desta segunda-feira.
Agora, a polícia se concentra na tentativa de recapturá-lo. Os policiais acreditam que ele tenha ido com os comparsas para uma das cidades com pontos de venda de drogas coordenados pela facção na Região Metropolitana. No entanto, é só uma desconfiança. O paradeiro ainda é desconhecido. O que os agentes têm certeza, até agora, é de que os bandidos saíram de Lajeado por estradas vicinais até Cruzeiro do Sul, e fugiram de um cerco policial, pegando a RS-287 em direção ao município de Taquari.
No meio do caminho, o carro em que estavam teve os pneus furados. Os assaltantes, então, invadiram uma casa e saíram com o Ford Ka dos proprietários. Ao longo do dia, o delegado Stobbe ouve testemunhas no posto de saúde e procura câmeras de segurança para tentar identificar os comparsas.
Fuga ousada
Conforme o delegado Alex Assmann, que atendeu a ocorrência, o preso simulou que estava tendo um ataque cardíaco para ser levado até a Unidade de Pronto Atendimento do município. Os colegas de cela gritavam, diziam que ele poderia morrer. Lopes, então, foi atendido na casa prisional por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O médico teria entendido que era melhor levá-lo até a UPA.
Na ambulância, foram os socorristas, o preso e dois agentes penitenciários. Ao desembarcarem na UPA, os comparsas abriram fogo e renderam os agentes. Um deles foi levado no carro como refém e libertado no interior do município de Paverama.
De acordo com o delegado Assmann, o agente foi constantemente ameaçado pelos bandidos, que gritavam números que representam a facção. Ninguém ficou ferido. A Susepe diz que vai se manifestar oficialmente sobre o ocorrido por meio de uma nota.