O titular da 2ª Delegacia de Polícia (DP) de Gravataí, delegado Rafael Sobreiro, afirmou que os cinco presos pela morte do escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, ocorrida na sexta-feira (23) durante operação contra o tráfico de drogas no município, serão indiciados por pelo menos quatro tipos de crimes. Dois deles também serão responsabilizados por homicídio.
Um deles é Maicon de Mello Rosa, 25 anos, apontado como autor dos disparos que atingiram a vítima. O segundo também atirou contra os policiais, mas, a princípio, os disparos não atingiram os agentes. Mesmo assim, a arma usada pelo criminoso será periciada para que a polícia tenha uma prova técnica para indiciar o suspeito.
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Os cinco suspeitos também respondem por tráfico de drogas – que foi o motivo da operação policial –, associação ao tráfico, receptação – já que estavam com um veículo roubado –, e adulteração – pelo fato das placas do carro estarem clonadas.
As prisões em flagrante foram convertidas na noite de sexta-feira (23) em prisões preventivas. O sepultamento do policial ocorreu no final da manhã de sábado (24), no cemitério São João, na zona norte de Porto Alegre.
Inquérito será concluído em uma semana
Segundo o delegado, o inquérito sobre o assassinato deve ser concluído em até uma semana.
– Vamos concluir nos próximos dias mesmo e, além de Maicon, vamos aguardar a perícia para indiciar o segundo atirador também pelo homicídio – ressalta Sobreiro.
Maicon não era alvo da investigação da 2ª DP de Gravataí. A operação tinha como objetivo obter provas contra uma mulher suspeita de comandar o tráfico de drogas na região.
Recentemente, Maicon pediu uma indenização por danos morais ao governo do Estado pelas más condições no Presídio Central. O suspeito, que esteve no local por cerca de quatro anos, pretende obter o valor de R$ 60 mil, mais R$ 500 por dia de superlotação na cadeia.
O suspeito acumula antecedentes criminais por homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de drogas, entre outros. Ele já esteve preso nos regimes fechado e semiaberto, usou tornozeleira eletrônica e foi considerado foragido da Justiça.
No sábado (24), o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) lamentou, em nota, a morte do policial. Por meio de seu vice-presidente, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, a entidade criticou a "leniência das autoridades que mantêm um criminoso habitual em liberdade" e o exercício precário "mas eficiente" das polícias.