Um empreiteiro, que ainda não teve o nome divulgado pela Polícia Civil, é um dos suspeitos esperados nesta sexta-feira (19) para depor sobre a construção de um túnel descoberto em fevereiro deste ano ao lado do Presídio Central.
Havia um mandado de condução coercitiva contra ele, mas a polícia não o localizou na cidade de Gravataí. A defesa do empreiteiro informou que ele irá se apresentar hoje ou nos próximos dias para depor.
O envolvimento dele está ligado à apreensão dentro do túnel de uma furadeira de impacto usada pra perfurar concreto e outros objetos. Durante a investigação, os agentes conferiram o número de série e descobriram a loja que vendeu a máquina. De posse da nota fiscal, confirmaram o nome do empreiteiro investigado.
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A obra servira para permitir a fuga de pelo menos mil presidiários e foi avaliada em R$ 1,5 milhão. Outras seis pessoas, ligadas aos quatro presos mentores do plano, também foram encaminhadas nesta sexta ao Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) para depor. A ação faz parte da segunda fase da Operação Santo.
O titular da 3ª Delegacia do Denarc e responsável pela operação, delegado Rafael Pereira, disse que o objetivo é saber se o suspeito apenas comprou o equipamento para a facção criminosa que planejou a escavação, se comprou e repassou para outra pessoa, ou adquiriu a serra e participou da obra. A investigação continua e não está descartada o envolvimento de mais pessoas no plano de fuga que poderia ser o maior da história do Brasil.
Mentores
O delegado divulgou nesta sexta-feira (19) os nomes dos quatro principais mentores e financiadores da construção. Juntos, eles têm condenações de mais de 300 anos de reclusão. São eles: Tiago Benhur Flores Pereira, o Benhur, Fabrício Santos da Silva, o Nenê, Antônio Marco Braga Campos, o Chapolin, e Fábio Roberto Souza Nunes, o Capa. Outros dois detentos também são apontados como responsáveis pelo túnel.
Todos têm ligação com alguns dos nove presos durante a escavação do túnel (a primeira fase da operação) e os sete suspeitos conduzidos coercitivamente para depor nesta sexta no Denarc. Em princípio, estes últimos eram os responsáveis por fazer o contato entre apenados e pedreiros.
Indiciados
Os nove presos na época do fato já foram indiciados pela polícia e denunciados pelo Ministério Público por organização criminosa e facilitação da fuga de presos. A polícia estima que as obras começaram em outubro do ano passado.