Para os investigadores da Delegacia de Roubos, do Departamento de Investigações Criminais (Deic), é possível que a quadrilha que levou pânico ao município de Mampituba, no Litoral Norte, na madrugada de sábado, seja um novo grupo em ação nos ataques a banco no Estado.
– Não é muito comum uma quadrilha com tantos integrantes e com uma estratégia como a que eles demonstraram. Pareciam conhecer muito bem as estradas locais, mas é possível que não tivessem as melhores informações sobre o alvo que atacariam – afirma o delegado Joel Wagner, que investiga o crime.
Leia mais
Desarticulada quadrilha que atacava bancos com explosivos e que entrou em confronto com a polícia
Quem era Passarinho, o ladrão de bancos morto afogado no Rio Mampituba
Além de explodirem o posto bancário, segundo a polícia, com baixa movimentação financeira, os criminosos dispararam contra o posto da Brigada Militar no município usando espingardas calibre 12 e pistolas .380. Não havia PMs no local naquele momento. Os dois únicos patrulhavam o município vizinho de Morrinhos do Sul.
A quadrilha ainda incendiou dois carros na ponte que daria acesso a policiais militares de Santa Catarina que pudessem agir em apoio aos policiais gaúchos após o crime. Ainda assim, os criminosos entraram em confronto com a BM. Um dos policiais envolvidos nas buscas saiu ferido ao pisar em um miguelito (prego retorcido usado por criminosos em perseguições), outro, levou um tiro de raspão em um dos cotovelos e não corre risco de vida.
De acordo com Joel Wagner, a suspeita é de que os criminosos sejam gaúchos, uma vez que dois veículos foram abandonados na fuga. Ambos haviam sido roubados no Estado. Dentro de um dos carros, uma carabina calibre 38, uma mochila com parte do dinheiro levado do banco e um radiotransmissor foram apreendidos. A polícia agora tenta determinar o paradeiro dos bandidos. Ele levaram o Voyage de uma moradora que chegou a ser feita refém. Ainda são apurados outros possíveis carros usados na fuga.
Na mesma madrugada, outros quatro ataques nos mesmos moldes foram registrados em Santa Catarina, Ceará, Pará e São Paulo. Na cidade de Jaguaruana, no Ceará, sete suspeitos morreram em confronto e quatro foram presos.