O delegado Leonel Baldasso, titular da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Cachoeirinha, na Região Metropolitana, instaurou, nesta segunda-feira, um inquérito após grevista gravar áudio ameaçando uma juíza do município. O objetivo é identificar o servidor público municipal, já que ele repassa esse dado na própria gravação, e saber também os destinatários de um grupo no WhatsApp. O crime apurado é o de coação no curso do processo (Artigo 344 do Código Penal, com pena de multa e reclusão de um a quatro anos).
Leia mais:
Servidores municipais e polícia entram em confronto em Cachoeirinha
Homem é morto a tiros em Cachoeirinha
BM encontra carro usado por executores de diretor municipal de Cachoeirinha
O fato ocorreu porque uma magistrada negou pedido de liminar do Sindicato dos Municipários e manteve o corte do ponto de grevistas. Desde o início do ano, servidores descontentes com medidas adotadas pela prefeitura entraram em greve, houve pelo menos dois tumultos durante a votação dos projetos na Câmara e o prédio do Executivo já foi duas vezes alvo de vandalismo. Na gravação, o investigado dá indícios de suposta ação de retaliação contra a juíza. Baldasso vai pedir a prisão preventiva do suspeito após a identificação dele.
"(…) Nós devemos fazer uma visita a essa juíza… Nós poderíamos, assim como funcionários, desejar um bom dia (...)", diz um trecho do áudio investigado pela polícia.
O delegado Baldasso entende que, conforme o contexto e a forma em que o investigado se expressa, a "visita" e o "bom dia" são considerados uma coação e o servidor ainda incita outros a fazerem o mesmo. Na gravação, o prefeito e o vice-prefeito também são citados. Em tom irônico, o grevista diz que essa intimidação já houve com os integrantes do Executivo. Inclusive, há inquéritos policiais envolvendo ameaça ao vice-prefeito Maurício Medeiros e ao prefeito Miki Breier.
*Rádio Gaúcha