Mesmo com reforço de 3 mil policiais militares nas ruas, pelo menos 32 assassinatos foram registrados no Rio Grande do Sul entre o meio-dia de quinta-feira e as 22h deste domingo, conforme levantamento da Agência RBS. A média é de uma morte a cada duas horas e trinta minutos. Se a quantidade de crimes registrados neste feriadão de Tiradentes for comparada com a mesma data de 2016, ainda que no ano passado o feriado tenha caído na quinta-feira, o aumento em 2017 foi de 23,07%. O feriadão de Páscoa, no final de semana passado, teve 16 assassinados no mesmo período. O subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Mario Ikeda, explica que a maioria dos crimes está relacionada à guerra entre facções, organizações criminosas que agem nas costas da polícia.
Leia mais
"Não era para ser o meu filho", lamenta mãe de adolescente morto em chacina em comércio de Canoas
Nova Petrópolis registra terceiro homicídio em 72 horas
Operação Avante Tiradentes da BM prende quase 500 pessoas em 48h
– A gente fez abordagens, prisões, retiramos armas e foragidos das ruas, mas, no caso dos homicídios, o que está por trás é a disputa pelo tráfico de drogas. Esses criminosos agem de forma oportunista, quando a Brigada Militar não está por perto – explicou.
Ikeda ressalta que os grupos rivais monitoram-se mutuamente e agem de forma pontual. Ainda assim, destaca que mobilizações como a deste feriadão são importantes para combater a criminalidade:
– Claro que apreendendo armas e capturando foragidos a gente enfraquece o crime – complementou.
No feriadão de Tiradentes, patrono das polícias do Brasil, a Brigada Militar prendeu 492 pessoas em 48 horas de atuação no Rio Grande do Sul. A ação, chamada de Operação Avante Tiradentes, foi iniciada na quinta-feira e terminou na manhã deste sábado, quando também foram apreendidas 42 armas de fogo e 46 carros roubados acabaram recuperados.
Ao todo, foram abordadas 31.662 pessoas nesse período. Para isso, o efetivo da Brigada Militar foi reforçado em 30% – com mobilização total de aproximadamente 10 mil militares – com a suspensão de folgas, além do uso de servidores em treinamento e dos que fazem trabalhos administrativos. Um helicóptero da BM também foi usado nas operações.