Integrantes de sindicatos que representam policiais civis, federais e rodoviários federais do Rio Grande do Sul realizaram protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, nesta segunda-feira, em Porto Alegre. A manifestação começou em frente ao Monumento ao Laçador, onde os agentes realizaram um abraço simbólico à estátua. Segundo os organizadores, cerca de 300 servidores de segurança pública participaram do evento, organizado pelo Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (Sinpef-RS) e Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do RS (SINPRFRS).
Leia mais:
Senadores de oposição temem boicote da CPI da Previdência
Temer se reúne com líderes do governo para discutir reforma da Previdência
Não dá para tirar idade mínima de 65 anos "de jeito nenhum", diz relator
Em seguida, os policiais seguiram em direção ao aeroporto Salgado Filho, onde realizaram outro ato contra o governo Temer e à PEC, com discursos e palavras de ordem. O movimento durou cerca de três horas.
No Laçador, os manifestantes cravaram cruzes brancas no gramado que cerca a obra. Segundo o presidente do Sinpef-RS, Ubiratan Antunes Sanderson, os objetos representam a baixa expectativa de vida dos policiais no Brasil:
– Diversos estudos mostram que a expectativa de vida de um policial não passa dos 60 anos no Brasil. Com essa proposta, que prevê idade mínima de 65 anos (para se aposentar), muitos vão morrer antes de ter acesso ao benefício – explicou Sanderson.
O presidente do Sinpef complementou que a PEC foi encaminhada ao congresso às pressas e sem um "debate decente" entre população e governo.
Isaac Ortiz, presidente do Ugeirm, disse o governo federal "não tem condições morais de encaminhar a reforma". Ortiz também declarou que as categorias envolvidas no protesto pedem que a PEC seja retirada do Congresso o quanto antes.
– Assim não dá. As pessoas que estão puxando essa reforma não têm condições morais de conduzir o processo. Já fomos em Brasília protestar contra essa PEC que prejudica todos os trabalhadores, porque ela é injusta, humilhante e desumana – afirmou.
Ortiz também destacou que a categoria "não pode estar envelhecida na hora de combater o crime".
– A criminalidade é muito jovem. Todo policial tem um tempo de validade, não temos condições de permanecer nas ruas com idade avançada. Isso prejudica o atendimento prestado à população – disse.
No início de fevereiro, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) realizou ato a reforma da Previdência. A manifestação ocorreu em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Na noite desta segunda-feira, o presidente Michel Temer se reúne com líderes do governo na Câmara e no Senado para debater a reforma da Previdência – enviada pelo Planalto ao Congresso no fim do ano passado – e outros assuntos econômicos.
*Zero Hora