A ameaça de execução ao líder classista da Brigada Militar Leonel Lucas ainda continua um assunto de domínio interno dos militares. A Polícia Civil, que formalmente deveria investigar o caso, ainda não foi comunicada do fato.
O serviço reservado da BM (P2) recebeu um alerta de que Lucas - presidente da Associação de Cabos e Soldados da BM (Abamf) - sofreria um atentado no último fim de semana. O policial foi retirado de casa, assim como familiares.
A decisão de eliminar Lucas teria partido de uma das quatro grandes facções criminosas que atuam em Porto Alegre. O suposto motivo seria a suspeita de que o líder classista brigadiano teria alertado sobre a existência de um túnel que daria fuga a centenas de apenados do Presídio Central de Porto Alegre.
Lucas, em entrevista a Zero Hora, negou ter qualquer envolvimento nessa informação.
O alerta de risco a Lucas foi confirmado a ZH por dois oficiais graduados da BM. Mas a motivação da possível execução ainda é incerta.
Fontes da Polícia Civil asseguram que, no caso do túnel, não há qualquer referência a Leonel Lucas, nem interferência dele. O chefe do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Odival Soares, diz que ignora qualquer ameaça ao líder classista da BM e nem recebeu comunicação oficial a respeito.
Uma outra possibilidade, investigada pela P2, é que a ameaça tenha partido de uma facção que não é a responsável pelo túnel. Lucas seria conhecido de pessoas adversárias dessa facção - e, só por isso, os líderes da organização teriam decidido que ele deve morrer.
Lucas está sob proteção da BM.
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