– Não pareciam tiros normais, era um atrás do outro, como se fosse uma metralhadora. Depois, começou uma correria, os médicos foram para os fundos e ninguém sabia o que estava acontecendo.
O relato desesperado de uma mulher de 37 anos é o retrato do que se transformou o Hospital Municipal de Novo Hamburgo por volta das 8h30min desta quinta-feira, quando pelo menos dois homens armados entraram em um dos quartos do setor de internação do hospital e executaram Wellington Jean Brito Bandeira, 20 anos, a tiros de pistola .380. Foram mais de 20 disparos.
Leia mais:
Imagens mostram criminosos que executaram paciente em hospital de NH
Execução em hospital foi sequência de conflito entre facções criminosas
Paciente é executado a tiros dentro de hospital em Novo Hamburgo
A mulher, que cuida da mãe internada no mesmo hospital, tentou evitar o pânico. Contou à mãe que o barulho, na verdade, era de uma furadeira. E que o hospital estaria em obras. Na tentativa de se proteger, ela pediu ajuda a um homem que estava próximo.
– Nos agarramos no trinco e seguramos forte. A gente não sabia se alguém iria tentar entrar no quarto – lembra ela.
No quarto onde aconteceu o crime, havia ainda uma paciente. Ela teria pulado pela janela, que fica no térreo, quando os atiradores iniciaram a execução. Relatos de funcionários dão conta de que os atiradores saíram do hospital caminhando. Um carro os aguardava no estacionamento para a fuga.
Os agentes da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo ainda trabalham no local do crime. De acordo com o delegado Enizaldo Plentz, a vítima tinha antecedentes por diversos roubos e homicídios. Ele estava internado desde segunda-feira, quando foi ferido em um tiroteio na cidade.