Foi concluído pela 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) o inquérito que investigava o brutal assassinato de Vilmar Adão Goulart Fraga, 54 anos, ocorrido em julho do ano passado, com nove pessoas indiciadas – entre elas, dois participantes de dentro da cadeia e três adolescentes. Todos os envolvidos já estão presos ou apreendidos, e foram indiciados por homicídio qualificado, associação criminosa e corrupção de menores.
De acordo com o delegado Eibert Moreira, o crime foi ordenado e executado por integrantes de uma facção criminosa que domina a região da Vila dos Sargentos, no bairro Serraria, na zona sul de Porto Alegre. Mais do que isso: o assassinato foi todo monitorado por dois líderes do bando de dentro da prisão.
– Tudo o que os executores fizeram seguia um roteiro pré-determinado pela liderança, que monitorou o cumprimento. Era um crime para servir de exemplo à comunidade. Eles suspeitavam que a vítima era informante da Brigada Militar – diz o delegado.
Leia mais:
Funkeiro morto em Cachoeirinha compôs música contra facção rival
Preso em confronto com a BM revelam os bondes do terror em Porto Alegre
Fraga foi atacado por integrantes da facção criminosa quando estava dentro de casa. Ele foi torturado no local e arrastado para a rua. Sem roupas, foi enforcado e teve o corpo pendurado diante de um bar da Vila dos Sargentos. Ao amanhecer, a comunidade foi despertada pela cena brutal.
– Os líderes do grupo, a partir da prisão, orientaram os executores a usarem balaclava, filmarem a ação, enforcarem a vítima e pendurarem o seu corpo na rua. Quem não aceitasse cumprir as ordens, sofreria punições dessa liderança – afirma o delegado Eibert Moreira.
Foram indiciados Fábio Fogassa, apontado como um dos principais líderes da facção criminosa, atualmente preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), Bruno Fernando Sanhudo Teixeira, o B-Boy, que também já estava atrás das grades, Denilson Oscar Nunes, o Amarelo, Emanuel Cândido Vieira Júnior, o Caveirinha, Moises Rodrigues, o Moica, e Carlos Henrique Duarte, o Nego Beiço. Três adolescentes responderão por ato infracional correspondente aos mesmos crimes.