Durante os próximos 30 dias, os funcionários do Departamento Médico Legal (DML) de Caxias do Sul que estavam de plantão neste final de semana serão ouvidos na sindicância que foi aberta nesta segunda-feira para apurar uma troca de corpos. Familiares de Laudenir de Oliveira Gomes, 25 anos, estavam, na verdade, velando o corpo de Valdir Dalegrave, 62. O erro só foi percebido na madrugada de sábado, quando a família do jovem, que estava sendo velado em Jaquirana, sentiu um cheiro forte e percebeu que o caixão, lacrado, estava prestes a romper. As informações são da Rádio Gaúcha.
O perito chefe do DML de Caxias, Airton Kraemer, reconheceu o erro do DML e, novamente, pediu desculpas às famílias em entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta segunda.
– No momento em que a funerária de Bom Jesus buscou o corpo em Caxias para levar até Jaquirana (local do velório de Gomes), ocorreu um erro de informação no momento da entrega –explicou Kraemer.
Ouça a entrevista na íntegra:
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O perito chefe afirma que o acúmulo de funções devido ao número insuficiente de servidores pode ter levado ao erro.
– Temos apenas cinco técnicos, profissionais que precisam atender diversas frentes, como familiares, atendimento à polícia. Nesse conflito de várias funções, pode ter havido o atropelamento da troca dos corpos – diz Airton.
O perito afirma que o ideal seria ter 10 técnicos para fazer a escala.
Laudenir de Oliveira Gomes morreu após se afogar na lagoa do Parque Oásis, em Caxias, na noite de sexta-feira. O corpo dele só foi encontrado na tarde de sábado. Já Valdir Dalegrave foi achado morto dentro de casa no final da tarde de sábado. A princípio, ele morreu de causas naturais.
Como o idoso morava sozinho, a morte só foi percebida quando os vizinhos sentiram mau cheiro vindo da casa dele. A família de Dalegrave só soube da troca quando esperava o corpo no cemitério no domingo e, por isso, não chegaram a velar a pessoa errada.
Cadeia de custódia de vestígios
Airton Kraemer explica que há um projeto em desenvolvimento no Instituto Geral de Perícias denominado cadeia de custódia de vestígios. O trabalho já existe, como um piloto em Caxias do Sul, por enquanto, apenas para materiais biológicos, mas não para corpos. O objetivo desse projeto é garantir a rastreabilidade dos vestígios e elementos de prova durante toda a análise via sistema informatizado.
*Rádio Gaúcha e Jornal Pioneiro